Carol Dias: como ex-panicat virou influenciadora em finanças com 6 milhões de seguidores

Um post publicitário em suas redes sociais não sai por menos de R$ 20 mil. "Sinto que alguns homens têm medo de mulheres independentes", diz

No Instagram (@caroldias), acumula 6,2 milhões de seguidores – um post publicitário em suas redes sociais não sai por menos de R$ 20 mil. Mas como mudar de uma carreira onde a beleza importava mais do que a matemática para o sucesso?

“Quando saí da televisão, via muitas pessoas perdendo dinheiro. Sempre fui econômica e organizada. Por disciplina, por vezes deixei de sair no fim de semana. Precisei ler coisas que não gostava, mas sabia que era importante. Estudei, fiz perguntas. Comecei a me dedicar para criar conteúdo”, afirma ela, que não tem formação ou certificação específica no assunto mas cursos da FGV e é autodidata, em entrevista ao Metrópoles.

Com sotaque paulistano e entusiasmo de vendedora, Carol fala de produtos financeiros simples e seguros como títulos do Tesouro a outras opções mais complexas, como ações no exterior e criptomoedas. Hoje, conta com cinco patrocinadores fixos: Toro Investimentos (corretora), Avenue (corretora americana), Gorila (serviço de controle de investimentos), NordResearch (empresa de análise de investimentos) e Bitpreço (corretora de criptomoedas).

“R$ 2,7 milhões investidos”

Promovendo produtos de parceiros, ela revela seus próprios resultados. Em julho deste ano, surpreendeu quando postou um retrato de seu patrimônio de investimentos em um aplicativo.

“Tenho R$ 2.703.540 investidos. Quem acompanha o quadro Carteira Riqueza em Dias lá no nosso canal vê de perto no que eu invisto todo mês, e como funciona a minha estratégia de investimento”, afirmou.

Ao explicar sua carteira, a youtuber se define como uma investidora “arrojada”, pois aplica 80% em renda variável, o que inclui criptomoedas, ações e fundos imobiliários, enquanto 20% ficam em renda fixa (“não na poupança”).

Em abril deste ano, ela lançou o livro “Rumo à Riqueza”, em que explica seu método. Ela também oferece um curso virtual sobre esse método de investir, que chama de Riqueza em Dias. Mantém ainda um canal no Telegram para compartilhar informações com seus seguidores e recentemente lançou um podcast (“Irmãos Dias Podcast”) com seu irmão, André, no qual os dois entrevistam profissionais do mercado financeiro e outras personalidades.

“Diversificação de investimentos”

Se a carreira de Carol vai bem, ela reconhece que não pode dizer o mesmo do atual momento econômico, com risco de explosão da dívida pública brasileira, de retorno da inflação no Brasil e no mundo, e com os problemas acarretados pela aguardada elevação dos juros nos EUA. Apesar desse cenário turbulento, diz que é possível achar oportunidades.

“Eu, Carol, acho que a Bolsa está barata. Aos poucos estou comprando, mas tem eleições no ano que vem e vai ser volátil. Minha proteção de carteira é a diversificação de investimentos”, afirma.

Como preocupação mais imediata agora está sua próxima viagem de férias. Ela vai pras Ilhas Maldivas em novembro e defende que é preciso reservar dinheiro também para se presentear com luxos.

“Viajo para pelo menos dois países por ano. A gente está aqui para viver e não para sobreviver. Eu gosto de gastar com viagem. É um dinheiro que separo para ter meu descanso merecido: dormir em bons hotéis, comer bem”, afirma.

O problema ocorre quando os sonhos vêm acompanhados de financiamento e dívida, diz ela. “Não pode é ter um sonho e fazer daquele sonho um pesadelo. Muita gente fala que é um sonho ter a casa própria. Mas toma cuidado se não você se enfia em um monte de dívida e vira um pesadelo. Maior erro que vejo nas pessoas é antecipar sonhos”, explica.

Nada de homem sem conteúdo

Depois que viu deslanchar sua carreira no universo das finanças, a moça aproveitou para trocar de carro e comprou um BMW. Esse não foi o único gosto que se transformou. Ela diz que passou a não ter mais paciência para conversas com marmanjos “sem conteúdo”.

“Não consigo ficar 5 minutos numa mesa com homem que não tenha conteúdo. Uma coisa que admiro muito em um homem é como trata pessoas que não tenham nada a oferecer e se é dedicado. Talvez antes eu olhasse mais para a beleza, mas hoje confesso que não é o principal ponto que vou observar em uma pessoa.”

Se não sobra tempo para namoro hoje, a sorte é do seu cachorro Simple, um lulu-da-pomerânia. Evangélica, ela também não abre mão de orar três vezes por dia, além de não dispensar assistir a séries e ler livros.

Quando fala de sua vida conjugal, Carol acredita que alguns homens temem mulheres independentes. “Precisamos ter do nosso lado uma pessoa com objetivos, vontade de crescer. Sinto que alguns homens têm medo de mulheres independentes. Eu não sustento homem que não faz nada e fica em casa dormindo”, alfineta.

Proteção contra relacionamentos abusivos

A independência financeira se mostra não apenas garantia da escolha dos próprios caminhos para a mulher, diz ela. Vira também proteção contra relacionamentos abusivos e dependentes de dinheiro.

“Estamos vivendo uma época de muitos relacionamentos abusivos. A gente vê pessoas que dependem totalmente do marido. Se acabar o casamento, como fica essa situação? Se você não fizer sua parte, vai depender do homem para sempre? Uma solução é buscar autoconhecimento, pois ajuda a pessoa a saber onde ela está e a se conscientizar. Aí, sim, consegue buscar a independência financeira”, ensina.

“Independência financeira não é só independência financeira para a mulher. É independência psicológica e emocional”, conclui.

*Com informações do Metrópoles.