Relatório feito 4 dias antes de massacre em Manaus citava presos ‘marcados para morrer’

No dia 22 de maio, relatório falava em possíveis 20 presos marcados para morrer. (Imagem: Reprodução)

Um relatório interno da Secretaria de Administração Penitenciária do Amazonas apontava para o risco de mortes dentro de presídios. No início desta semana, 55 detentos foram mortos dentro de diferentes cadeias de Manaus. No dia 22 de maio, quatro dias antes do novo massacre, relatório falava em possíveis 20 presos marcados para morrer.

Segundo o secretário de adminsitração penitenciária, Coronel Vinicius Almeida, os mortos dentro de quatro diferentes cadeias de Manaus já eram monitorados por uma equipe de inteligência.

O relatório apontava para evidências e informações para o início de uma declaração de guerra interna dentro de uma facção criminosa local. Os mortos entre o último domingo (26) e segunda (27) pertenciam a uma organização criminosa e a briga que resultou em mortes foi por disputa de lideranças internas.

“Estes sinistros desencadeariam em confrontos com mortes, não sendo possível definir o número de preciso de alvos da ação, porém conforme análise do cenário das lideranças, estima-se um número médio de 15 (quinze) a 20 (vinte) internos marcados para morrer”, apontava relatório.

No mesmo relatório a análise de monitoramento previa que o foco da “ação” fosse o Centro de Detenção Provisório Masculino I (CDPM I). Na segunda-feira foram mortos cinco internos da unidade. Outros 50 foram mortos em diferentes cadeias: Compaj, Ipat e UPP.

O Governo do Amazonas, segundo o secretário da Seap, coronel Vinicius Almeida, não reconhece facções criminosas. Ainda durante coletiva de imprensa, questionado sobre o relatório e as ações tomadas a partir dele, apesar de evitar o assunto, ele destacou as ações da secretaria nos dias das mortes.

“Não temos como identificar o momento exato em que qualquer coisa evento vai acontecer, por mais que você tenha dados de inteligência. Tínhamos um monitoramento. Tanto que a presença de intervenção prisional chegou em três minutos e evitou um mal maior”, afirmou o secretário.

Por G1