Queimadas no Amazonas crescem 2.642%

O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) revelou um surpreendente aumento de focos de incêndios no Estado ao apontar um crescimento de 2.642%, em julho, em comparação com o mesmo período de 2018. Segundo o Sistema de Informações Governamentais do Amazonas (E-Siga), em julho do ano passado, foram registrados no Amazonas 50 focos de queimadas, número que subiu para 1.371 em julho de 2019.

Os dados foram divulgados, na semana passada, no site do E-Siga. Os dados de mês passado revelam que o aumento de focos que, em anos anteriores, estiveram mais concentrados nos meses de agosto e setembro, tradicionalmente, o bimestre mais quente no Estado. A título de ilustração, em agosto de 2017, foi registrado o maior números de focos de queimada desde 2014: 6.316 focos. Em setembro de 2015 foram 5.882 focos.

Desmatamento

Os dados foram revelados na mesma semana em que a ONG Imazon divulgou seu levantamento independente sobre o desmatamento da Amazônia, apontando uma alta de 16% na perda da floresta, entre agosto do ano passado e julho deste ano, na comparação com os 12 meses anteriores. O sistema tem uma metodologia diferente da usada pelo Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e observa uma região um pouco menor, mas traz o mesmo indicativo de alta já alertado pelo Deter.

O Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon detectou 5.054 km² de desmatamento neste período, principalmente no Pará, no Amazonas e em Mato Grosso. Somente no último mês de julho, a destruição das florestas somou 1.287 km² – um aumento de 66% em relação a julho de 2018.

Para o mês de julho, o SAD aponta que o municípios com maiores áreas desmatadas foram Altamira, com perda de 128 km², e São Félix do Xingu (96 km²), no Pará, e Porto Velho (78 km²).

O Acre, segundo o Imazon, não costuma aparecer entre os líderes de desmatamento, mas ficou em terceiro no ranking, em julho, com uma alta de 257% em relação a julho de 2018. O governador do Acre, Gladson Cameli (PP), vem dizendo para proprietários de terra que não paguem multas que venham a receber do órgão ambiental local.

O cenário é parecido com o observado pelo monitoramento do Inpe. Pelo acumulado de alertas do Deter, a perda entre agosto de 2018 e julho de 2019 foi 6.833 km² – alta de 49,45% em relação ao período anterior.

Por D24AM