Presidente do TRF-4 diz que Lula tem ‘regalia’ na PF

“Faz parte desse contexto de não assimilar o resultado do julgamento", frisou Laus

Após o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmar que não aceita a mudança do regime de prisão para o regime semiaberto, o presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), Victor dos Santos Laus, tentou minimizar o impacto da declaração ao afirmar que ele “desfruta de condição especialíssima” por estar preso nas dependências da Polícia Federal, em Curitiba, e que o ex-presidente” sabe que não é bem-vindo onde está”.

“Faz parte desse contexto de não assimilar o resultado do julgamento. O ex-presidente desfruta de uma condição especialíssima. Ele não está preso num estabelecimento que é destinado a todos os presos, ele está na dependência da Polícia Federal, uma situação absolutamente especial. Até em função da condição dele, e porque ele responde a outros processos, se entendeu adequado que ele permanecesse. Pode-se dizer que é uma regalia”, disse Laus durante entrevista à Rádio Gaúcha, nesta terça-feira (1).

Ainda segundo Laus – que foi um dos desembargadores da 8ª Turma da Corte que condenou o ex-presidente em segunda instância -, ele já teria recebido diversas solicitações para que Lula O presidente do TRF-4 acrescentou que já recebeu manifestações da comunidade que reside nas imediações onde Lula é mantido como preso político  para que ele seja transferido do local.

“Ele sabe que não é bem-vindo onde ele está. O fato de ele recusar um benefício, é uma situação extraordinária. Uma vez implementado o tempo necessário à progressão, ele progride de regime, e pode ser requerido pelo MP, porque o sistema tem a necessidade de oferecer a vaga a outra pessoa”, afirmou.

Sobre a carta onde Lula afirma que irá recusar a progressão do regime prisional a que é submetido devido ao fato de se considerar inocente, Laus diz que isso “não vai mudar a realidade dos fatos”. “O ex-presidente se considerar injustiçado, faz parte do manual de quem conhece a justiça criminal. Ele tem todo o direito de não aceitar o julgamento, mas seria importante que, como ex-presidente, ele internalizasse o fato, elaborasse o fato, porque sua responsabilidade foi reconhecida com base em provas. Ele não vai mudar a realidade dos fatos”, comentou.

Por BRASIL 247