A sessão de julgamento popular na 1ª Vara do Tribunal do Júri de Manaus, do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM), dos réus Luciana Ferreira da Silva, Cleiciane Ferreira de Souza e Diogo Carvalho de Santana, acusados da execução a tiros Sílvio Henrique Batista Sales, crime ocorrido na capital em 9 de julho de 2014, foi suspensa por ordem da juíza Mirza Telma Cunha na manhã desta terça, dia 10.
A magistrada foi alertada que pessoas da plateia estavam fotografando os jurados, aqueles que vão votar para condenar ou absolver os réus. Esse procedimento não é permitido. Mirza Telma mandou o delegado de Repressão ao Crime Organizado (DRCO) recolher nove celulares de espectadores do julgamento.
Seis deles continham imagens colhidas dos jurados. E um desses é de Luciana Pereira da Silva, “A Loura”, uma das pessoas em julgamento. Todos serão periciados pela polícia.
“No início da sessão alertei os presentes da proibição de se fazer uso do celular em plenário, mas constatamos que havia pessoas descumprindo essa determinação e fotografando. Em comum acordo com o promotor de Justiça e com a defesa, resolvemos suspender o julgamento, pois consultamos os jurados e eles não se sentiram seguros para continuar”, disse a juíza.
Agora o caso deve entrar na pauta de junho, assim como um quarto réu, preso em março último. É Richelme da Silva Costa, apelidado de “Brasília”. Ele é acusado de praticar vários crimes e de usar documentos de Charles Ferreira da Silva.
Exibição de crueldade
Luciana é a principal acusada de assassinar a vítima com tiros na cabeça enquanto Cleiciane filmava tudo e incentivava a atiradora a praticar o crime. O papel de Diogo Santana, chamado de “Luciano”, foi pegar Sílvio em casa e levar para um ramal na zona rural de Manaus, onde ele foi executado de joelho e com as mãos amarradas para trás.
Após o primeiro tiro dado por Luciana, “Luciano” fez outros disparos com a vítima já caída ao solo, conforme mostra o vídeo.
Diogo, assim como Luciana se declarou à época de sua prisão, é membro da facção criminosa Família do Norte (FDN), conforme confessou ao promotor de Justiça Armando Gurgel Maia.
O promotor exibiu o vídeo no tribunal do júri para mostrar aos jurados como agiram os acusados.
“O delegado vai apurar e periciar os celulares, inclusive as conversas em aplicativos, até porque em um dos telefones havia a identidade de uma acusada que estava sendo julgada. Trata-se de pessoas ligadas ao crime organizado e temos de preservar os jurados e todos aqueles que trabalham na sessão”, disse o promotor.
Antes de a juíza determinar a suspensão do julgamento, os três réus confessaram o crime, reafirmando o que já haviam declarado à delegacia da Polícia Civil.
Outro assassinato uma semana depois
Luciana foi presa logo depois que o vídeo em que posa de pistoleira viralizou nas redes sociais. A filmagem foi descoberta em seu celular quando foi presa por um outro crime, que foi a morte do empresário Jailson Teixeira Maciel, de 45 anos, crime ocorrido no condomínio Jardim Europa, no bairro Ponta Negra, na zona oeste de Manaus, em 16 de julho de 2014.
(Com informações do BNC)
