Morre Koko, a gorila capaz de ‘falar’ por meio de linguagem de sinais

Desde muito cedo, animal impressionou pela sua capacidade de se comunicar com os humanos e sensibilidade © Facebook/@Koko & The Gorilla Foundation

Koko, a gorila que era capaz de se comunicar por meio da linguagem de sinais, morreu na terça-feira (19), aos 46 anos, em seu refúgio protegido nas montanhas de Santa Cruz, na Califórnia, Estados Unidos.

“Koko chegou a milhões de pessoas como embaixadora de todos os gorilas e um ícone de comunicação e empatia entre espécies. Ela foi amada e deixará saudades”, disse nesta quinta-feira (21) em comunicado a Fundação Gorila, dedicada à proteção desta espécie e responsável pela segurança do animal.

Koko, que nasceu no zoológico de São Francisco em 4 de julho de 1971, tinha um “extraordinário domínio da linguagem de sinais e era a principal embaixadora de sua espécie em perigo de extinção”. A causa da morte não foi divulgada.

“O impacto foi profundo e o que ela nos ensinou sobre a capacidade emocional dos gorilas e suas habilidades cognitivas continuará mudando o mundo”, acrescentou a fundação.

Desde muito cedo, Koko impressionou pela sua capacidade para aprender a linguagem de sinais e se comunicar com os humanos através dele.

A pesquisadora Francine “Penny” Patterson, junto com a especialista em linguagem de sinais June Monroe, trabalhou com Koko, que rapidamente aprendeu a linguagem e passou a se comunicar com elas.

Assim, o gorila informava aos visitantes dos zoológicos – através da linguagem para surdos – que não lhe dessem alimentos.

Igualmente icônica foi a foto que ela mesma tirou diante de um espelho para a capa da National Geographic quando a revista publicou uma resenha sobre o animal em 1978.

Koko ensinou muito aos humanos sobre a capacidade afetiva dos gorilas, reagindo com sensibilidade a diferentes momentos na vida. Ela adorava brincar com gatos e ganhou um de presente de aniversário.

A Fundação Gorila anunciou que honrará a memória e “legado” do primata com projetos em curso que incluem um santuário para gorilas em Maui (Havaí), ações de conservação da vida selvagem na África, bem como o desenvolvimento de um aplicativo para telefones sobre a linguagem de sinais.

Pesquisas sobre os DNA dos gorilas estabeleceram que seu código genético é de 95% a 98% igual ao dos humanos, sendo o terceiro mais próximo ao homem depois de duas espécies de chimpanzés. EFE