MEUS 69 ANOS: É VIDA PRA CARAMBA

Quem disse que a vida é curta? Gente, eu já vivi 69, longevos, anos (em outro contexto é uma boa posição), mas se um ano tem 365 dias, aí, a gente multiplica 365 X 69, que é igual a 25.185 (vinte e cinco mil cento e oitenta e cinco dias); É VIDA PRA CARAMBA. Então, a vida não é curta, ela encurta para quem não sabe vivê-la, ou, é atropelado por alguma pedra que rolou e estacionou no seu caminho. Aí, você me pergunta, como alongar a vida? Aí você me pegou, porque eu não sei. O que me resta dizer, é vivê-la intensamente, como vivi, sem me preocupar com o amanhã, mas não sei se serve pra todo mundo, ou se é uma receita. O que eu sei é o que me resta pra continuar a caminhada. É a experiência que tenho desses 69 anos vividos.

Hoje, agora, me atrevo a dizer: as oportunidades são importantes não perdê-las; as vezes a vida para ser vivida está ao seu lado, você na ânsia de viver não enxerga a vida ávida perto querendo te abraçar. A vida é como o amor, não adianta correr atrás, por que você pode achar a ilusão e balançar na crista de um tombo, se machucar, esparramando-se todo pelo chão e a vida tão sonhada, doce de viver, amarga pra sempre.

A vida e o amor são pinturas expressas no mesmo quadro, emoldurado por uma alma só, dando luz; enquadrando infinitamente o seu caminho, alongando seus passos na exposição da sua existência.

Se há uma receita para viver, é amar cada passo da sua vida por esse “Planeta Ainda Azul”, como fiz: colher cada flor que nele brotar, não guardar pra si seu perfume, suas pétalas, suas cores; compartilhar o que de melhor você colheu da vida é importante, pra fertilização de outros caminhos, onde por certo, jardins irão brotar para colorir a vida em todas as estações, e não encurtá-la.

Olhar pra trás, de vez em quando, é importante – pra sentir o que fez, o quanto já andou. Olhar pra frente, também, mas não tentar pelo olhar. Medir a distância que o separa da luz no final do túnel, pisar firme com a palma do pé bem espalhada no chão e a assim não ter dúvida da escolha do seu caminho em cada encruzilhada.

Na realidade não sei se fiz tudo isso pra chegar até aqui, apenas nesse momento, desnudo minha trajetória assim, dessa maneira, quem sabe ajudo alguém a alongar sua vida, pois minha vida não está sendo curta, mas nunca levei isso muito a sério não, como sempre fiz em toda essa minha jornada. Viver sem compromisso, comprometendo-me até aonde der, até aonde a luz da vida me iluminar e apagar minha sombra.

Quem disse que a vida é curta? Gente eu já vivi 69, longevos, anos (…)

David Almeida – Jornalista e escritor