BRASIL — Um levantamento inédito da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) revelou um cenário preocupante no trânsito brasileiro: mais da metade dos proprietários de motocicletas não possuem a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Dos mais de 30 milhões de motocicletas registradas no país, mais de 17 milhões estão sendo conduzidas por pessoas sem habilitação.
A pesquisa aponta diversos fatores para essa realidade, como o baixo custo das motos, o crescimento de serviços de aluguel e compartilhamento, a dificuldade de acesso à CNH e o alto custo para tirar a carteira. O secretário nacional de Trânsito, Adrualdo Catão, ressalta que o valor da CNH é um dos principais obstáculos.
Os dados mostram que as motocicletas representam 28% da frota nacional e a tendência é que esse número aumente para 30% nos próximos seis anos. Homens são maioria entre os proprietários, com a faixa etária entre 40 e 49 anos concentrando o maior número.
O Maranhão lidera o ranking dos estados com maior proporção de motocicletas, seguido por Piauí, Pará, Acre e Rondônia. Fatores econômicos, geográficos e culturais são apontados como causas dessa predominância nas regiões Norte e Nordeste.
A pesquisa também analisou as infrações de trânsito cometidas por motociclistas. Os dados indicam um aumento significativo nas multas após a pandemia, com destaque para o não uso de capacete, que responde por cerca de 43% das infrações.
Os acidentes envolvendo motocicletas são um problema grave no Brasil, representando mais de 25% dos sinistros e mais de 30% das fatalidades no trânsito.
O estudo da Senatran serve como alerta para as autoridades e para a sociedade sobre a necessidade de ações para reduzir o número de motociclistas sem habilitação e conscientizar sobre a importância da segurança no trânsito.