Em Manacapuru, criança morre em hospital e família diz que houve negligência médica

Segundo a família, a equipe médica forçou o parto normal, sem que a mãe tivesse passagem © Arquivo pessoal

Imagine a dor de uma mãe que por nove meses cultivou amor por um filho, e simplesmente viu o sonho de ter a criança no colo acabar do dia para a noite. Talvez se fosse por uma fatalidade, as dores da perda seriam até menores, o problema é perder o filho por negligência médica, isso é o que denuncia a família da jovem Gleidiane Lima da Conceição (26), moradora da Zona Rural de Manacapuru.

De acordo com a família, Gleidiane começou a sentir as dores do parto na manhã do último domingo (27), ela então foi levada para o Hospital Lázaro Reis, onde foi atendida por um médico, que informou que estava tudo certo com a mulher e que não estava na hora do parto, em seguida liberou Gleidiane para voltar para casa. Ao chegar na casa de familiares, no Bairro de Correnteza, a mulher continuou sentindo as dores que foram ficando mais forte no decorrer do dia, já a noite por volta de 9 horas, não suportando mais ver os sofrimento da filha, os pais da mulher, retornaram com ela para o hospital, ela então foi atendida e encaminhada para a sala de parto.

Segundo a família, a noite de sofrimento estava só começando, já que a equipe médica tentou a todo custo fazer com que a mulher tivesse o filho de parto normal. “Eles tentaram tirar a criança na marra, desde nove horas e a menina sofrendo, ela só foi ter por volta das 4 horas da manhã e isso porque eles forçaram tanto que a criança nasceu toda roxa, aparentemente com o braço quebrado, nós queremos justiça.” Pediu seu Fernando Barbosa, pai de Gleidiane.

O caso de negligência médica, foi confirmada por Jair Oliveira, pai da criança, segundo ele, que acompanhou de perto todos os procedimentos, e viu as enfermeiras, e o próprio médico forçando sua mulher a ter parto normal. “Eles ficaram forçando, pressionando ela a ter normal, e quando já era madrugada que a criança estava com a cabeça para fora eles puxaram, tentaram de todo o jeito, até matarem meu filho, isso não pode ficar assim”. Desabafou

A criança que nasceu morta, pesou 4,70 kg e mediu 52 centímetros, segundo a família durante todo o acompanhamento pré-natal, não foi identificado qualquer problema que viesse ocasionar a morte do bebê, outro relato de familiares, é que a mãe sequer foi submetida a uma ultrassom ao dar entrada no hospital.

O caso foi registrado na Delegacia Interativa de Manacapuru, e o corpo da criança foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML), para laudo que deve apontar as reais causas da morte, enquanto isso a Policia Civil continua o trabalho de investigação.

EM TEMPO

Nos últimos dois anos esse é o terceiro caso de suposta negligência médica no Hospital Lázaro Reis, que termina com morte de criança. Em outubro do ano passado (2017), a Dona de Casa Naira Freitas, perdeu o filha que se chamaria Ayla Vitória, a criança morreu durante o parto, e mais uma vez, a acusação foi que houve negligência médica, já que a mãe foi forçada a ter parto normal, em seguida submetida a uma cesariana, porém, a criança já estava morta.

Em maio de 2016, a jovem Jaqueline Carvalho, perdeu o filho que se chamaria Jhonatas, também segundo a família por negligência médica, na época a mãe relatou que forçaram a criança nascer de parto normal, mesmo os exames de pré-natal indicando que o bebê estava na posição pélvica (sentado).

Nossa equipe procurou a Hospital Lázaro Reis, através da Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Manacapuru que nos respondeu por meio de nota. Segue na integra.

NOTA DO HOSPITAL LÁZARO REIS

O Hospital Lázaro Reis vem por meio desta esclarecer sobre uma notícia de negligência médica no parto de um recém-nascido nesta unidade hospitalar.

Esclarecemos que todos os procedimentos médicos foram realizados para salvar a vida da criança, que infelizmente veio a óbito devido a complicações no momento da realização do parto normal.

O pai da criança esteve em todo momento acompanhando o procedimento realizado pela equipe médica, que no período de 25 à 28 de Maio também realizou outros 13 partos entre normais e cesarianas.

Manifestamos também o nosso sentimento de pesar pela ocorrência desta fatalidade e nos solidarizamos com a família. Fonte: Na Hora