Em 37 anos, Amazônia brasileira perdeu 19% da sua vegetação

© Alberto César / Amazônia Real

Um estudo realizado pela MapBiomas apontou que em 37 anos, a Amazônia brasileira – ou seja, a área da floresta que cobre apenas o Brasil – perdeu 19% de sua vegetação natural.

A pesquisa conta com dados da coleção MapBiomas Amazônia 4.0, em colaboração com a Rede Amazônica de Informações Socioambientais Georreferenciadas (Raisg).

O levantamento traz tanto a porcentagem de desmatamento geral, que foi de 10%, quanto das áreas devastadas em cada região da floresta, que cobre seis países. Confira:

  • Brasil: 19% da área desmatada;
  • Equador: 16% da área desmatada;
  • Peru: 10% da área desmatada;
  • Bolívia: 9% da área desmatada;
  • Guiana: 1,7% da área desmatada;
  • Guiana Francesa: 0,8% da área desmatada.

O que preocupa os pesquisadores, principalmente quanto ao Brasil, é que o percentual de devastação da floresta no país está muito próximo do ponto de inflexão – que é quando o desmatamento chega a um nível em que não será mais possível reverter a tendência de seca . Cientistas calculam que pode acontecer ao alcançar um nível entre 20% e 25% de devastação da mata.

O estudo da MapBiomas aponta também que o desflorestamento em si, que mata raízes e altera o sistema subterrâneo de distribuição de água é uma causa, mas não a única. A mineração , por exemplo, aumentou 1107% no período de 37 anos, passando de 47 mil hectares em 1985 para mais de 570 mil hectares em 2021.

Além dessas práticas alterarem o microclima da região, elas contribuem também com o aquecimento global. Outro problema apontado pelos cientistas e que está diretamente ligado ao desflorestamento da Amazônia é que muitas das fontes de água que estão nas geleiras dos Andes Amazônicos, na divisa com o Chile, já perderam 46% de massa no período.

Em 1985, apenas 6% da Amazônia haviam sido transformados em pastagens, lavouras, garimpos ou áreas urbanas. Na época, a taxa de desmatamento com auxílio direito do homem (antropização), chegava a 50 milhões de hectares.

Já em 2021, essa área quase triplicou, chegando a 15% de toda a região, o equivalente a quase 125 milhões de hectares de extensão.

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