
O consumo de café no Brasil registrou uma queda significativa, reflexo direto da disparada nos preços do produto. Dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) revelam que, em abril, as vendas de sacas no varejo diminuíram 16% em comparação com o mesmo mês do ano passado. Essa retração contrasta com um pequeno aumento nas vendas nos primeiros quatro meses deste ano, como o 1,26% registrado em janeiro, mas a tendência de queda já era notada em março, com uma redução de quase 5%.
A alta nos preços do café é um fator determinante para essa retração. Nos últimos 12 meses, a inflação do produto atingiu 80,2%, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Este é o maior aumento de preço para o café em um período de um ano desde a implementação do Plano Real, em 1994, demonstrando um cenário de encarecimento sem precedentes para os consumidores.
Em abril, o preço do quilo do café apresentou uma variação notável. O café tradicional ou extraforte foi encontrado por R$ 65,50, enquanto as cápsulas, que representam um segmento mais premium, chegaram a R$ 420,33. O café solúvel, outra opção de consumo, também viu seu preço subir drasticamente, com um aumento de 85% em relação ao ano passado.
A pesquisa da Abic e os dados do IPCA apontam para um cenário desafiador para o setor cafeeiro e, principalmente, para o consumidor brasileiro. O encarecimento do produto, impulsionado por diversos fatores de mercado, tem levado as famílias a repensarem seus hábitos de consumo, resultando na diminuição da procura. A indústria do café acompanha de perto essa tendência, buscando estratégias para mitigar o impacto dos altos preços e estimular novamente o consumo de café no país.