CGU não consegue ligar Bolsonaro a fraude vacinal

O trabalho da controladoria sobre o caso foi encerrado.

Ao concluir que é falso o registro de vacinação do ex-presidente da República Jair Bolsonaro, a Controladoria Geral da União (CGU) não encontrou entre os depoimentos dos envolvidos indícios de autoria do ex-presidente sobre o esquema de adulteração do documento.

“Também foram feitas oitivas de funcionários em serviço na UBS no dia 19/07/2021, mas todos negaram ter visto o ex-Presidente da República no local. Da mesma forma, negaram conhecer qualquer pedido feito para registrar a imunização do então Chefe do Poder Executivo”, diz publicação no site da CGU.

Confira trechos do relatório em que são transcritas falas de servidores ligados ao SUS:

  1. “[…] que a plataforma do Sistema VaciVida poderia ser acessada de qualquer dispositivo (30min); que não tem conhecimento de ter sido recebido nenhum pedido externo para realização do registro de vacinação do ex Presidente”.
  2. “[…] que não recebeu nenhum pedido para registro de vacinação do ex-Presidente e não sabe se alguém da UBS recebeu”.
  3. “[…] que nunca viu o ex-Presidente na UBS para se vacinar (19min05seg); que não sabe do recebimento de qualquer pedido para registro da vacinação do ex Presidente”.
  4. “[…] “que no dia 19/07/2021 estava escalada para a vacina, mas não vacinou o ex-Presidente nenhum pedido para fazer o registro dele ou sabe de alguém (21min); que não recebeu que tenha recebido”.

A Controladoria afirmou ainda que que as investigações revelaram o envolvimento de agentes públicos federais e municipais com o esquema e, ainda, do tenente-Coronel Mauro Cid, ex-Ajudante de Ordens da Presidência da República. Os depoimentos acrescidos à investigação são unanimes sobre o desconhecimento dos servidores ouvidos a respeito de um comando para adulteração dos dados.

“Assim, apesar das extensas investigações, não foi possível se chegar a uma conclusão sobre quem teria efetuado o registro falso”, afirmou a CGU.

Outra conclusão exposta pela nota técnica é que os dados referentes à vacinação de Bolsonaro – supostamente realizada no dia 19/07/2021-, foram notificados a partir da Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (PRODESP). A Polícia Federal segue investigando o caso.