MANAUS, AM — Nos dias 13 e 14 de fevereiro, o Grupo Jurubebas de Teatro estreia “Vila dos Vagalumes”, um espetáculo inédito que combina narrativas amazônicas, cultura afro-indígena e reflexões sobre urbanização e ecossistemas. A peça, que será apresentada no Buia Teatro Company, em Manaus, conta a história de um curumim que se transforma em bicho-gente para salvar vagalumes encantados ameaçados pela construção de um parque de diversões. Com entrada gratuita, o espetáculo terá acessibilidade, incluindo LIBRAS, rampas e staffs de apoio.
O processo criativo da peça foi inspirado em tradições amazônicas, como o Tambor de Mina, religião de matriz afro-amazônica que influenciou a construção do enredo. Felipe Maya Jatobá, um dos diretores, explica que a obra aborda temas como desmatamento, morte e desaparecimento, utilizando uma linguagem lúdica e acessível. A trama se passa em uma cidade fictícia, onde a urbanização descontrolada ameaça não apenas o meio ambiente, mas também o mundo das encantarias, seres que, segundo crenças locais, habitam a floresta após a morte.
A montagem reúne diversas linguagens artísticas, como dança popular, música e teatro, com coreografias inspiradas em manifestações culturais como o Cavalo Marinho e o Coco de Roda. A sonoplastia, assinada pelo músico indígena Leandro Paz, incorpora ritmos afro-amazônicos, como o Gambá, enquanto os figurinos e máscaras representam animais da floresta, como o Camaleão e a Coruja, em uma estética que mistura o popular e o futurista.
“Vila dos Vagalumes” é protagonizado por Robert Moura, Henrique Dias e Henrique Campelo, com direção de Felipe Maya Jatobá e Robert Moura. O espetáculo, que dura 45 minutos, também conta com a manipulação de um boneco criado pelo artista plástico Orlando Rafael. O projeto foi contemplado pelo Edital N°03/2023 da Lei Paulo Gustavo, reforçando o compromisso do grupo em valorizar a cultura amazônica e promover acessibilidade nas artes cênicas.
