Uso de cigarro eletrônico faz amazonense terminar em UTI

O bancário Allan Doug foi diagnosticado com pneumonia química após uso constante do dispositivo — Foto: Divulgação / Arquivo pessoal

O que parecia um passatempo prazeroso, tornou-se um pesadelo em questão de meses. Essa foi a experiência do manauara Allan Doug, 30, com o uso do cigarro eletrônico. O bancário passou três dias em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com uma “perfuração no pulmão”, após ter contraído pneumonia química. Depois da experiência traumática, Allan quer contar sua experiência para o máximo de pessoas a fim de alertá-las sobre os riscos do cigarro eletrônico.

Também chamado de vape ou e-cigarro, o cigarro eletrônico é um dispositivo que simula o tabagismo, mas ao invés de fumaça, o usuário inala e exala vapor. Com uma grande variedade de essências disponíveis para abastecer o dispositivo por meio de refil, o e-cigarro simula uma experiência do fumo sem que o cheiro de fumaça fique impregnado. Tais características fizeram o cigarro eletrônico cair no gosto popular.

O uso constante do cigarro eletrônico fez com que o bancário Allan Doug parasse em uma UTI. Ele relatou à reportagem do D24am, que começou a utilizar o dispositivo socialmente. O que era apenas casual, tornou-se um hábito constante durante uma viagem que Allan fez ao Rio de Janeiro. De férias, o manauara passou a fumar o dia inteiro, até começar a tossir sem parar.

“Comecei a sentir uma tosse seca, mas não dei atenção. Um certo dia, ao chegar de uma festa, comecei a tossir muito e sentir dor no peito. Tossi durante 5 horas sem parar, então fui para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Rio de Janeiro, onde me deram soro, me medicaram e me colocaram no oxigênio”, disse.

Imagem: Reprodução / Arquivo pessoal

O diagnóstico

Sentindo-se melhor, Allan voltou a Manaus e continuou trabalhando normalmente, até que em uma noite, acordou com muita dor no peito e foi ao hospital passar por raio x. Foi quando chegou o diagnóstico: pneumonia química. A equipe do hospital constatou que Allan precisaria ser internado na UTI. “Fiquei 3 dias usando ventilação, mas o tempo todo consciente. Se demorasse um pouco mais seria pior”, relembra.

A mistura dessas essências com nicotina e outras substâncias é uma armadilha para causar dependência, como alerta o pneumologista David Luniere. “O uso do cigarro eletrônico tem dois problemas principais, o primeiro diz respeito à dependência, o nível de nicotina que faz parte desses refis, fazem com que o paciente inale grandes quantidades dessas substâncias fazendo com que a dependência se torne cada vez maior”, alerta o especialista.

O pneumologista David Luniere ressalta que o uso do cigarro eletrônico não é liberado no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) por não existir uma padronização dos refis que abastecem os cigarros eletrônicos, pois cada empresa coloca uma quantidade conforme a sua norma.

“Então o paciente acaba exposto a determinadas substâncias que podem levar não só a questão cancerígena lá na frente, mas pode levar a uma lesão pulmonar aguda conhecida como pneumonia química e essas lesões agudas podem levar a dano pulmonar e até infecção secundária conhecida como pneumonia”, pontua o pneumologista. 👉 D24AM