Paciente brasileiro que curou câncer com tratamento inédito morre em acidente

Vamberto eliminou um linfoma agressivo após técnica experimental em hospital da USP; na semana passada, sofreu traumatismo craniano grave. ─ Foto: Divulgação/USP

SÃO PAULO – Vamberto Luiz de Castro, de 64 anos, que ficou conhecido no Brasil inteiro por ter curado um linfoma agressivo através de um tratamento experimental e inédito na América Latina no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (SP), vinculado à Universidade de São Paulo (USP), morreu na semana passada, em Belo Horizonte, vítima de um acidente doméstico.

Segundo informações do “G1”, o brasileiro sofreu um acidente no último dia 11, que não foi detalhado pela família, que provocou um traumatismo craniano grave. Ele foi enterrado no Cemitério Parque Renascer, em Contagem (MG), e parentes e familiares realizaram uma missa de sétimo dia na última terça-feira.

Em outubro, o GLOBO mostrou que Castro, funcionário público aposentado, não respondia bem à quimioterapia e à radioterapia ao ser apresentado à terapia de células CAR-T, ainda em testes. Submetido ao tratamento, cujo custo na rede privada ultrapassa US$ 1 milhão (cerca de R$ 4 milhões), quando somados custo do material terapêutico (acima de R$ 1,6 milhão) e da expertise médica necessária, foi diagnosticada a remissão do câncer.
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Seu caso virou fonte de inspiração e expectativas para pessoas com câncer em todo o Brasil. O tratamento que usa o sistema imune, a linha de defesa do corpo humano, para atacar o câncer, é tido como promissor, mas foi desenvolvido para um subtipo específico de linfoma (câncer do sangue), o não-Hodgkin.

A terapia é feita por meio da avaliação das características moleculares do câncer a ser combatido, extração dos linfócitos-T do paciente (células de reconhecimento do sistema imune) e alteração do DNA dessas células para que identifiquem o tumor adequadamente e o ataquem.

Por O GLOBO