O Teatro Amazonas abriu as cortinas para promover a inclusão e celebrar as artes sem barreiras. No domingo (24/09), o musical “Pindorama: Uma viagem inclusiva na diversidade do folclore brasileiro” aconteceu pelo segundo ano consecutivo, envolvendo uma equipe de 78 profissionais, sendo 25 Pessoas com Deficiência (PCD). Eles tiveram a oportunidade de representar no palco e receber os aplausos da plateia, que lotou o Teatro Amazonas.
Promovido pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, o espetáculo foi realizado pelo Liceu de Artes e Ofícios Claudio Santoro, repertório executado pela Orquestra de Violões do Amazonas (Ovam) e apoio da Assessoria de Inclusão da Pessoa com Deficiência da Secretaria de Cultura e Economia Criativa e da Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc).
Em homenagem ao Dia Nacional da Pessoa com Deficiência, celebrado no dia 21 deste mês, o musical defendeu a diversidade no meio artístico, bem como, a singularidade do folclore brasileiro. A cadeirante Cristiane Vieira participa do elenco de Pindorama desde o ano passado e reconhece a importância do seu papel.
“Às vezes o PCD, por causa da dificuldade, da falta de acessibilidade, e de conhecimento, prefere ficar dentro de casa. Essa experiência que o PCD pode atuar, dançar, já abre mais os olhos. Eles pensam em se inscrever em uma aula de canto, dança e quem sabe, ano que vem, não estarão aqui no meu lugar”, disse Cristiane, que dançou carimbó, representando o estado do Pará.
Para o maestro da Orquestra de Violões do Amazonas, Davi Nunes, a cada edição o espetáculo ganha força e a adesão de um maior número de pessoas com deficiência. “Tenho certeza que esse momento para eles é especial e os traz mais para perto da cultura, do fazer arte”, disse o maestro, também diretor musical de Pindorama.
O maestro dá o exemplo do cadeirante Thiago Oliveira, que participou da primeira edição do musical e, desde então, se sentiu motivado para acreditar nas suas ambições profissionais. “Hoje, ele é aluno da universidade de dança da Ufam. Você percebe como esse trabalho está sendo importante, influenciando as pessoas e agregando cada vez mais o estado às associações e as pessoas que têm algum tipo de deficiência”, complementa Davi.
E o Thiago estava lá, pronto para entrar no palco. “Este ano está sendo uma sensação diferente, depois de tudo que passei, voltar no Teatro Amazonas para dançar de novo, está sendo algo maravilhoso. Aqui vou poder transmitir a minha felicidade”, revela Thiago, que atende pelo nome artístico “Thiago, O Dançarino”.
A assessora de Inclusão da Pessoa com Deficiência da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, Sheila Campos, afirma que o projeto, além de promover o desenvolvimento artístico, é importante para integrar o PCD à sociedade. “A secretaria de Cultura já faz o trabalho de inclusão em todos os espetáculos, proporcionando a Libras, a audiodescrição, as rampas, os acessos e o elevador. Mais que isso é a participação de todos, seja no palco ou na plateia”, cita Sheila.
Inclusão também chegou para a família de Samantha Jaime, mãe de José Luís, que é autista e pode levar o Bono para dentro do Teatro Amazonas. O cão de suporte emocional convive há dois anos com a criança. “Eu fiquei muito feliz, porque ele só quer andar com o cachorro, então para mim é maravilhoso e que possam abrir mais portas”, comemora Samantha.