Morre aos 72 anos, Dr. Cid Ferreira, botânico que descobriu a árvore com a maior folha do mundo

No último sábado (16), a comunidade científica perdeu um de seus maiores expoentes, o pesquisador e doutor em Ciências Biológicas, Carlos Alberto Cid Ferreira, conhecido no meio acadêmico como Dr. Cid Ferreira. Aos 72 anos, o renomado botânico, natural de Parintins, no Baixo Amazonas, sucumbiu a uma longa batalha contra o câncer em sua residência em Manaus.

Dr. Cid Ferreira ficou eternizado por sua contribuição pioneira ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, onde, em 1982, desvendou a existência da Coccoloba gigantifolia, uma árvore com a maior folha já documentada. O emblemático encontro com essa nova espécie ocorreu nas margens do rio Canumã, afluente do Rio Madeira, na cidade de Borba. Sua descoberta, em 1997, foi consagrada pelo “Guinness Book”, o Livro dos Recordes, como a árvore detentora da mais ampla folhagem registrada no globo. Nos anos 2000, a comunidade científica oficializou um nome científico para a planta. Atualmente, a maior folha catalogada repousa no herbário da Casa da Ciência, em Manaus, com impressionantes 2,5 por 1,44 metros. Além do Dr. Cid Ferreira, os pesquisadores Efigênia de Melo, da Universidade Estadual de Feira de Santana-BA, e Rogério Gribel, do Inpa, também se destacaram como especialistas na Coccoloba gigantifolia.

Em uma emocionante mensagem de despedida, a jornalista Pet Cid, irmã de Cid Ferreira, rememorou a infância e a profunda paixão do botânico pela flora amazônica e pela vida na região. A comunidade científica e a sociedade como um todo lamentam a perda irreparável desse gigante da botânica, cujo legado continuará a inspirar e guiar futuras gerações de pesquisadores na preservação e compreensão da riqueza biológica da Amazônia.