Justiça Eleitoral reage aos ataques de Bolsonaro

Jair Bolsonaro em visita ao TSE. (Foto: Divulgação / TSE)

DA REDAÇÃO – Na última sexta-feira (9), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) esbravejou mais uma vez suas máximas a respeito da lisura das eleições brasileiras ao declarar que “a fraude está no TSE, para não ter dúvida. Isso foi feito em 2014”. Tal afirmativa é desprovida de qualquer comprovação plausível e demonstra desespero de alguém que já tem como certo a derrota nas urnas no pleito do ano que vem.

Não é de hoje que o chefe do executivo brasileiro vem agindo de maneira tresloucada. No tempo que vestia a farda verde-oliva do Exército brasileiro foi figura notória e sabida de vários atos insurgentes da caserna, inclusive sendo preso por isso. Para ele, os fins sempre justificaram os meios.

Os ataques infundados contra o sistema eleitoral eletrônico, o mesmo que permitiu sua vitória em 2018 com 55,13% dos votos, teve resposta imediata do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em nota assinada pelo Ministro Luís Roberto Barroso, seu presidente. “Desde a implantação das urnas eletrônicas em 1996, jamais se documentou qualquer episódio de fraude. Nesse sistema foram eleitos os Presidentes Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Jair Bolsonaro. Como se constata singelamente, o sistema não só é integro como permitiu a alternância no poder”.

“A Justiça Eleitoral brasileira não é composta por urnas eletrônicas, mas sim por servidores públicos que dedicam suas vidas à efetivação da democracia brasileira por meio de eleições íntegras, reconhecidas internacionalmente. A urna é apenas um componente em meio ao ecossistema de segurança que circunda o processo de votação. Uma acusação tão grave à Justiça Eleitoral alcança milhares de servidores e seus familiares, colocando em xeque a abnegação dos comprometidos brasileiros que representam esta Justiça”, declarou o desembargador Armínio José Abreu Lima da Rosa, presidente do TRE-RS.

O Colégio de presidentes do TRE também emitiu nota em defesa da Justiça Eleitoral. “O Colégio de Presidentes dos Tribunais Regionais Eleitorais do Brasil (COPTREL), vem a público manifestar irrestrita solidariedade a sua Excelência, o Presidente do Egrégio Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Ministro Luís Roberto Barroso, nos termos da sua respeitável Nota Oficial endereçada à Imprensa, bem como demonstrar a nossa contrariedade a quaisquer manifestações que macule a autonomia de nossas Instituições Eleitorais, ao Princípio Republicano e ao “Estado Democrático de Direito”.

É inadmissível que o chefe de uma nação como a brasileira use da verborragia para justificar suas ideias hipotéticas. Vivemos momentos delicados, onde precisamos de líderes que indiquem saídas para problemas e não criem outros. Fica evidenciado que Bolsonaro objetiva pura e simplesmente sua sobrevivência política e nada mais.

Seu governo autoritário ainda não mostrou para o que veio, pelo contrário. Polemiza assuntos já equacionados e ignora aqueles de suma relevância.

VOTO ELETRÔNICO

Desde que fizeram sua estreia há 25 anos, as urnas eletrônicas brasileira passam por melhorias objetivando a lisura dos pleitos. De lá para cá, já forma contabilizadas 13 eleições gerais e municipais. O sistema vem sendo adotado em pelo menos 46 nações, segundo o Instituto para Democracia e Assistência Eleitoral Internacional (Idea).