Japão celebra Jogos da superação em cerimônia e passa bastão para Paris

O discurso de encerramento do presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), Thomas Bach, foi de alívio e agradecimento aos atletas. (Foto: Getty Images)

A forte chuva que caiu durante boa parte do domingo em Tóquio deu uma trégua à noite, na hora da cerimônia de encerramento da Olimpíada. Assim, a festa pôde ser mais bonita e completa. Depois de 19 dias de competição, terminou uma edição histórica dos Jogos, disputada sob rígidos protocolos em meio a uma pandemia que matou mais de 4 milhões de pessoas. Em um clima descontraído, com muita dança e valorização da cultura japonesa, os organizadores celebraram a realização do evento sem que nenhum grande incidente fosse registrado, apesar da rejeição de boa parte da população local.

Por isso, o discurso de encerramento do presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), Thomas Bach, foi de alívio e agradecimento aos atletas. “Vocês nos inspiraram com este poder unificador do esporte. Isso foi ainda mais notável, dados os muitos desafios que vocês tiveram de enfrentar por causa da pandemia. Nestes tempos difíceis que todos vivemos, vocês dão ao mundo o mais precioso dos presentes: a esperança”, disse.

O tom da festa no Estádio Olímpico foi bem diferente em relação à abertura, no dia 23 de julho. A intenção dessa vez foi mostrar ao mundo uma atmosfera mais descontraída. Ao contrário da cerimônia de abertura, onde cada país desfila individualmente, no encerramento todos entraram praticamente juntos por quatro entradas diferentes para simbolizar a união dos povos.

O ponto que uniu as duas cerimônias foi, mais uma vez, a defesa da igualdade de gênero, da diversidade e da inclusão. Um dos lemas dos Jogos, inclusive, foi celebrar as diferenças. Não por acaso, coube a uma trupe de teatro musical formada exclusivamente por mulheres cantar o hino nacional japonês.

Assim como já havia ocorrido na cerimônia de abertura, o COB (Comitê Olímpico do Brasil) enviou uma comitiva bastante reduzida como parte das medidas para reduzir os riscos de contaminação da delegação do País. A ginasta Rebeca Andrade, que ganhou em Tóquio uma medalha de ouro e uma de prata, foi a responsável por carregar a bandeira do País. Também estiveram presentes o boxeador medalha de ouro Hebert Conceição e mais quatro pessoas, entre elas o treinador de Rebeca e a coordenadora médica do órgão.

Ao fazer uma retrospectiva das últimas duas semanas de disputas, os organizadores deixaram de lado recordes e momentos vitoriosos para dar ênfase aos esforços dos atletas, independentemente do resultado final. Um dos momentos mais curiosos da cerimônia foi quando um jogo de luzes saiu do gramado, como uma onda, para formar os anéis olímpicos sobre o estádio. O efeito, no entanto, só foi visível para quem acompanhou a festa pela TV. No estádio, não havia nada.

PARIS-2024

A parte final da festa foi dedicada à próxima sede dos Jogos Olímpicos. Em um vídeo com o presidente Emmanuel Macron, os franceses destacaram os principais cartões postais da capital. A bandeira da Olimpíada foi passada pela governadora de Tóquio para a prefeita de Paris. No telão, imagens de centenas de pessoas reunidas em frente à Torre Eiffel assistindo à cerimônia. Por causa da pandemia, o ciclo olímpico desta vez será mais curto, de apenas três anos.

FONTE: ESTADÃO CONTEÚDO