França emite mandados de prisão contra brasileiro Carlos Ghosn, diz WSJ

O ex-presidente da Renault teria desviado milhares de euros por meio de uma concessionária de automóveis no país árabe de Omã para seu uso pessoal. — Foto: Issei Kato/Reuters

NOVA YORK, EUA (FOLHAPRESS) Promotores franceses emitiram mandados de prisão internacionais para prender o executivo brasileiro Carlos Ghosn, além de outras quatro pessoas que estariam envolvidas com uma concessionária de automóveis em Omã.

A suspeita é que o grupo teria desviado milhares de euros da montadora Renault, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.

As informações são do jornal The Wall Street Journal.

Fontes ouvidas pela publicação disseram que Ghosn, ex-presidente da Renault, teria desviado milhares de euros por meio de uma concessionária de automóveis no país árabe de Omã para seu uso pessoal.

Uma porta-voz de Ghosn se recusou a comentar os mandados de prisão.

Em novembro de 2018, o executivo, então presidente do conselho de administração da montadora japonesa Nissan, foi preso no Japão, por supostas violações financeiras no país.

Ele também foi chefe de uma aliança de três montadoras: Renault, Nissan e Mitsubishi.

Ghosn fugiu de um julgamento sob acusação de irregularidades financeiras do Japão para o Líbano em dezembro de 2019, enquanto estava escondido em uma caixa de som.

O mandado de prisão não deve mudar a situação pessoal de Ghosn, que segue no Líbano como fugitivo internacional desde que escapou do Japão. O país não tem tratado de extradição com o Japão, então Ghosn foi autorizado a permanecer no país, do qual tem cidadania.

O executivo nasceu em Porto Velho (RO) e mudou-se com a família para o Líbano aos seis anos. Ele possui nacionalidades brasileira, libanesa e francesa.

De toda forma, os mandados são outro golpe legal para a reputação de Ghosn. Ele se diz vítima de um sistema de justiça japonês injusto.