Festival de Parintins: A Crítica não engole a Globo e ataca governador

Em editorial, Wilson Lima é chamado de "porta-voz de empresa privada" e de mentir sobre a chegada da Globo ao festival.

MANAUS — Durou pouco, muito pouco tempo, para a TV A Crítica, do grupo Rede Calderaro de Comunicação, acusar o golpe da entrada da TV Globo na transmissão do festival de Parintins dos bois Caprichoso e Garantido.

Da reunião no final da manhã deste dia 2 até o início da noite foi o tempo que a direção da TV A Crítica levou para produzir um editorial em que declara guerra ao governador Wilson Lima.

Conforme a emissora, Lima é o principal responsável pela quebra do seu monopólio exclusivista de transmitir a festa anual de Caprichoso e Garantido.

Disse em trecho do editorial:

“Como dito pelo próprio CEO da Rede Amazônica [Globo], o governador Wilson Lima foi o responsável por tal articulação. Além de agir como porta-voz de uma empresa privada, o governo, em nota, mente ao divulgar um suposto consenso para esta transmissão, que viola um contrato de exclusividade vigente com os bumbás há mais de dez anos”.

O governador, como organizador do festival, chamou os presidentes dos bois-bumbás para uma reunião na sede do governo nesta quinta-feira. Ele apresentou o representante da Globo/Rede Amazônica, Phellippe Daou Júnior, como interessado em apresentar proposta para divulgação nacional do festival.

A decisão, portanto, foi de autorizar a TV Globo e sua afiliada TV Amazonas a também transmitir o festival folclórico, mantendo o contrato com A Crítica, que detém a exclusividade a mais de uma década.

De acordo com o seu editorial, a emissora dos Calderaros diz não ter sido chamada para essa reunião. E que soube pela imprensa de que já não será a única com direito de veicular as imagens da festa dos bois.

E atribuiu ao governador a entrada da TV Globo no festival por meio de “suposto contrato”:

“[…] recebemos com surpresa, por meio da imprensa, a informação de que os bumbás assinaram, sob forte pressão do Governo do Estado do Amazonas, um suposto contrato de transmissão com a Rede Amazônica”.

Caso na Justiça

Por fim, a Rede Calderaro diz que vai à Justiça defender o contrato que tem com os bois.

“Diante do cenário criado pelo Governo do Estado, onde o governador Wilson Lima puxou o gatilho para uma flagrante violação a um contrato vigente, iremos buscar esta reparação judicialmente”.