TOCANTINS — O ex-governador do Tocantins Mauro Carlesse anunciou sua candidatura ao Senado. Sua disposição em tentar um novo mandato surpreendeu o universo político do Estado, pois Carlesse renunciou ao cargo para escapar de um processo de impeachment durante investigações da Polícia Federal por suposta cobrança de propina de prestadores do plano de saúde dos servidores e de uso da máquina pública em favor próprio. Ele, inclusive, forjou um flagrante de drogas contra um desafeto, segundo a PF.
Em junho, no entanto, Carlesse recuperou os direitos políticos depois que o Tribunal Regional Eleitoral derrubou a decisão anterior da primeira instância da Justiça Eleitoral do Tocantins.
Com isso, o ex-governador tornou pública sua decisão de concorrer em outubro. Organizou um evento, enviou um ônibus com eleitores para Gurupi, seu berço político, e depois participou de uma motociata na cidade. O partido escolhido pelo ex-governador é o Agir, antigo PTC. Ele deixou o PSL, legenda pela qual foi eleito em 2018.
Mas o retorno à cena política não será fácil. O ex-governador vai mal nos levantamentos de intenção de votos. Uma pesquisa do Instituto Vope, encomendada pelo jornal Primeira Página e divulgada em junho mostra a senadora Katia Abreu (Progressistas) em primeiro lugar para o Senado (24%), seguida pela deputada Professora Dorinha, do União Brasil (19%). O ex-senador Ataídes Oliveira, do Pros, está em terceiro, com 10%.
Carlesse, que aparece com 3% das intenções de votos, perde até para o ex-técnico de futebol Vanderlei Luxemburgo (PSB), que tem 5% das intenções de votos.
No entanto, políticos locais dizem que, apesar da alta rejeição do ex-governador (25%), ainda há tempo para ele reverter a situação. Destacam que Carlesse tem muitos recursos para despejar na campanha e que sua influência no interior do Estado não é nada desprezível.