Em operação no AM, Ibama destrói madeireiras clandestinas

Em operação no sul do Amazonas, o Ibama destruiu nove madeireiras que atuavam clandestinamente na região. O órgão de proteção ambiental relatou que as empresas vinham explorando ilegalmente madeira em terras indígenas.

Apuração do Ibama identificou 11 madeireiras instaladas sem licença no distrito de Santo Antônio do Matupi, no município de Manicoré. Outras 15 empresas presentes no local tinham licença para atuar, mas algumas também vinham cometendo irregularidades.

Manicoré situa-se às margens do Rio Madeira, a cerca de 390 km de Manaus, capital do Amazonas. Os fiscais descobriram uma madeireira ilegal equipada com duas serrarias. Essas serrarias eram capazes de cortar quantidade diária de madeira suficiente para encher dois caminhões.

Na operação, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) contou com o reforço do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Homens da Polícia Rodoviária Federal e da Força Nacional engrossaram as equipes.

Agentes das duas instituições também desconfiaram da forma como madeireiras autorizadas estavam atuando nessa região amazônica. Segundo as investigações, algumas delas faziam exploração ilegal em território do povo indígena Tenharim.

As empresas usavam expedientes para simular que as madeiras exploradas originavam-se de áreas de manejo autorizadas. A operação encontrou equipamentos escondidos nas matas e toras de madeira enterradas. Segundo o Ibama, foram apreendidos 1.500 metros cúbicos de madeira, o que corresponde a área desmatada de cem campos de futebol.

O Ibama não divulgou o nome das pessoas e empresas que atuavam de forma ilegal.

Em dezembro de 2022, a duas semanas do fim de seu mandato, o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou medida que flexibilizava a extração de madeira em terras indígenas. A norma permitia que não indígenas participassem do manejo das madeiras nesses territórios.
Em janeiro de 2023, já sob o governo Lula, a Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) revogou essa instrução normativa. A revogação da instrução normativa também teve a assinatura do Ibama.