Black Friday vende mais que o Natal e o Réveillon em Manaus

A campanha da Black Friday que começou tímida em Manaus,,por volta de 2014, gerou até filas enormes em novembro do ano passado. | Foto: Eliana Nascimento

O resultado das vendas do varejo, no mês de dezembro do ano passado, em relação a novembro, preocupa os representantes do comércio amazonense. Desta vez, o mês das festas de fim de ano como Natal e Ano Novo vendeu 6,2% a menos que o mês da Black Friday.

O resultado do último mês do ano foi ainda 0,4% menor do que o mesmo período de 2017. Diante desse cenário, a Associação Comercial do Amazonas (ACA) defende alteração na data do Black Friday, podendo ser realizado em apenas um dia ou antecipando a data.

Os números das vendas do comércio varejista do Amazonas foram apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o resultado da pesquisa, o Instituto diz que o Amazonas teve o sétimo pior resultado do país, mesmo que as vendas do comércio tenham apresentado resultado positivo em nove dos 12 meses de 2018. “No ano passado o Black Friday ficou muito próximo do Natal, o que acabou comprometendo as vendas do final de ano. Acho que os lojistas devem repensar o Black Friday, fazer mudanças”, ressaltou o presidente da ACA, Ataliba David Antonio.

Na avaliação do presidente da ACA, mesmo que as vendas sejam boas durante o Black Friday, é preciso pensar nas vendas do final de ano, já que dezembro é o melhor mês para o comércio, que se prepara para as vendas de Natal.

“Com os dois eventos muito próximos, os consumidores aproveitam o Black Friday para antecipar as compras de Natal, como acontece no ano passado. O resultado é as vendas de dezembro ficando abaixo do esperado”, destacou Ataliba David Antonio. Segundo ele, poderia se pensar em realizar um Black Friday em um único dia, ou transferir a para uma outra data.

Resultado ruim

De acordo com a pesquisa do IBGE, a receita nominal de vendas do comércio varejista do Amazonas apresentou no mês de dezembro de 2018, uma queda de 5,8% se comparado ao mês de novembro. O setor amazonense foi o nono pior resultado dentre as 27 unidades da federação.

Já no confronto com igual mês do ano anterior, a receita do setor registrou alta de 1,4%. No acumulado de 2018, a receita nominal do comércio varejista do Amazonas registrou crescimento de 5,1%, em comparação ao ano anterior. O volume de vendas ampliado que agrega as vendas de veículos e material de construção, também teve queda de 2,9% em relação a novembro.

Essa foi a quinta queda no ano desse indicador com ajuste sazonal. Já a na comparação com igual mês de 2017, a variação do comércio ampliado cresceu 3,4%, indicando melhoria em relação ao desempenho do ano anterior. Superando a média nacional que foi de 1,8%. Porém, durante o ano de 2018, o desempenho do comércio ampliado que agrega a vendas de veículos e material de construção foi de 9,6%. Demonstrando que as vendas de veículos e material de construção tiveram desempenho superior ao chamado comércio normal.

Na análise de Ataliba David Antonio, se as vendas de material de construção registraram crescimento, isso significa que o setor de construção civil voltou a investir em novos empreendimentos, o que pode revelar que existe confiança de que a economia está se estabilizando. “Temos esperança que este ano será melhor que 2018, com a economia voltando a crescer, o desemprego tende a diminuir, o que é significativo para o comércio, que passa a trabalhar com a perspectiva de melhorar nas vendas”, destaca o presidente da ACA.

Por EM TEMPO