Banzeiro de embarcações prejudica ribeirinhos de Itacoatiara

(Imagem: Reprodução)

Os moradores que vivem próximos à margem do Rio Amazonas, no município de Itacoatiara (distante 175 km de Manaus), sofrem prejuízos em suas casas e plantações devido à maneira como condutores de embarcações navegam. No período de cheia, as ondulações (banzeiros), provocadas pelas embarcações, podem danificar e até destruir as residências dos ribeirinhos, além de poder ocasionar graves acidentes.

Uma das principais queixas apresentadas à Capitania dos Portos do município é que condutores de navios cargueiros, barcos de passeio e lanchas, prejudicam a vida e o bem-estar dos moradores das comunidades ribeirinhas.

A dona de casa, Ana Luíza Siqueira Gomes, de 61 anos, sofreu de perto esse problema e precisou sair de sua casa para escapar dele. “Não conseguia dormir direito com tanto banzeiro durante a noite. Me preocupa porque eles não têm respeito e passam em alta velocidade. Lanchas, navios e principalmente barcos de linha que vem de Santarém passam em alta velocidade. Meu canteiro de cebola foi levado pela água”, desabafou.

Ana Luíza ainda disse que a imprudência dos condutores ocasionou prejuízos financeiros para sua família. “Meu filho teve um prejuízo de quase 2 mil reais, após a forte maresia levar toda a madeira que ele tinha”, acrescentou.

De acordo com a Capitania dos Portos de Itacoatiara, muitas embarcações já foram notificadas em decorrência de denúncias feitas pelos próprios moradores. Em casos de fortes banzeiros, a Marinha orienta aos cidadãos que batam fotos dos barcos ou façam gravações para que os responsáveis sejam advertidos pela imprudência cometida.

Desrespeito

A autônoma Valcimara Coelho de Souza, de 45 anos, residente do bairro Canaçarí, garante que a fiscalização do órgão responsável não é suficiente para que os donos dos barcos respeitem o limite de velocidade e de distância em torno das moradias. “Eles passam bem perto das casas, e o banzeiro é tão forte que já quebrou meu assoalho. Nós ligamos para Marinha, mas não adianta, eles vêm e olham a situação e assim que eles vão embora começa tudo de novo”, relatou.

A Capitania Fluvial da Amazônia Ocidental disponibiliza um canal para denúncias e orientações relacionadas à segurança da navegação, por meio dos telefones: (92) 99302-5040, que também funciona como WhatsApp, e o disque 185, da Marinha Emergências Marítimas-Fluviais.