AVC: Crescimento da doença tem afetado a saúde de jovens e idosos

Segundo o Ministério da Saúde, nos últimos nove anos, houve um crescimento significativo de 38% nos casos de AVC no país.

Em referência ao dia 29 de outubro, em que se faz um alerta mundial de combate ao Acidente Vascular Cerebral (AVC), a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), por meio do neurologista, Torben Cavalcante Bezerra, que atua na Policlínica Codajás, destaca como a doença pode afetar a saúde de jovens e idosos. Segundo o Ministério da Saúde, nos últimos nove anos, houve um crescimento significativo de 38% nos casos de AVC no país.

O neurologista explica que existem fatores que podem facilitar o desencadeamento da doença e que são inerentes à vida humana como, características genéticas, pertencer a raça negra e o histórico familiar de doenças cardiovasculares. Existem diversos tratamentos para esses pacientes que enfrentam sequelas após um AVC. Como por exemplo a toxina botulínica para fins terapêuticos.

“A toxina é uma opção terapêutica utilizada para tratar a espasticidade, um aumento no tônus muscular, que deixa o paciente mais travado, presente em pacientes que ficam com sequelas causadas pelo AVC, limitando os movimentos dos braços e pernas. Essa sequela neurológica impede que o paciente consiga andar normalmente, ficando dependente de apoio como a bengala e limitando sua autonomia”, inicia Torben.

O profissional esclarece ainda, que a espasticidade pode levar a complicações como dor crônica, retração tendínea, que restringe os movimentos e leva a deformidades, sendo necessária cirurgia em alguns casos, além do risco de luxação (lesão articular). A aplicação de toxina é um procedimento ambulatorial, administrada pela via muscular a cada três meses, associada a um programa de reabilitação.

Uma das pacientes que fazem tratamento é Larissa Magda Aroucha Cordeiro, 30 anos, no qual relata que em março de 2020 passou por uma cirurgia. Larissa, que é cardiopata congênita, teve um Acidente Vascular Encefálico Isquêmico (AVE) na artéria cerebral média esquerda, na época do AVE a paciente tinha 27 anos. Atualmente Larissa segue em tratamento e relata como está sendo sua reabilitação.

“Hoje faço fisioterapia, terapia ocupacional e consulta com o neurologista, percebo que os tratamentos são de suma importância para a minha melhora. Além dos tratamentos convencionais, está sendo feito aplicação de toxina botulínica, com a intenção de aliviar as tensões e destravar os músculos, devido às sequelas deixadas”, destaca a paciente.

A coordenadora do Centro Especializado em Reabilitação (CER IV), localizado nas instalações da Policlínica, Adriana Miranda, explica que cada paciente recebe uma avaliação clínica para tratamento adequado.

“O tratamento para a reabilitação de pacientes com AVC depende do quadro de cada paciente sendo diferente e necessitando ser avaliado individualmente. Alguns pacientes precisam da equipe multiprofissional para maior ganho de funcionalidade e diminuir as barreiras que podem existir, outros podem se favorecer com a aplicação da toxina, mas precisam atender aos critérios clínicos”, destaca a coordenadora.