Asprom tem pedido de ação contra o Estado negado pelo MP-AM

Em reunião com a procuradora-geral Leda Albuquerque, o sindicato buscou apoio para a classe. | Foto: Patrick Motta

Em resposta à Asprom Sindical (Sindicato dos Professores e Pedagogos de Manaus), nesta quinta-feira, 2, o MP-AM (Ministério Público do Amazonas) negou o pedido de ação ou investigação contra o governo do Estado por conta do impasse nas negociações com os professores e a manutenção da greve, que já dura 16 dias.

“Na lei, o MP não pode entrar com nenhuma ação ou investigação devido a decisão do Tribunal pela ilegalidade da greve. O que a procuradora-geral propôs é que nós pudéssemos conversar com o governador, no sentido de que, preocupados com os alunos, se essa pauta não poderia avançar e chegar em um meio termo”, disse a promotora de Justiça Delisa Ferreira.

A diretoria do Asprom Sindical solicitou uma ação contra o governo do Estado pela demora em solucionar o problema da greve dos professores.

A entidade considera que com a demora, será mais difícil repor os 200 dias letivos com 800 horas de aulas aos estudantes.

Os sindicalistas se reuniram com a procuradora-geral de Justiça, Leda Mara Albuquerque, e promotoras da área de educação. A categoria, que está em greve desde o dia 15 de abril, exige reajuste de 15%, contra os 3,93% oferecidos pelo governo.

No documento apresentado ao MP-AM, o sindicato alega que o Estado se nega a apresentar uma contraproposta à reivindicação da categoria e pede ao MP que cobre do governo essa medida.

“A solução da greve vem de uma contraproposta do governador. Nós estamos esperando há vários dias isso, que seja uma contraproposta justa, que realmente contemple um reajuste real para esta categoria”, disse a presidente do Asprom, Helma Sampaio.

Divergência

A presidente do Asprom rebateu ainda a fala do governador Wilson Lima durante visita ao Hospital Francisca Mendes na quarta-feira, 1, sobre uma possível divergência nas pautas do Sinteam (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas) e Asprom.

“É importante que a categoria encontre um consenso entre ela, é difícil saber com quem a gente vai negociar. É muito complicado saber por onde é que começa e como negocia”, disse Wilson Lima.

Para Elma Sampaio, não há diferença entre as pautas dos dois sindicatos e ambos pedem 15% de reajuste. Segundo ela, o que existe são especificidades.

“Auxílio-alimentação, vale-transporte e vários itens que tratam sobre as condições de trabalho são os mesmos. O que há é algum item específico que o Sinteam apresenta, porque eles são os representantes jurídicos do interior, como por exemplo, auxílio-localidade, que é uma demanda própria do interior”, disse.

Governo

Durante visita ao Hospital Francisca Mendes, no bairro Cidade Nova, zona norte, nesta quarta-feira, 1, o governador Wilson Lima disse que os técnicos do governo têm conversado com os professores e que já apresentou o que é possível fazer.

“O que a lei de responsabilidade fiscal me permite fazer é dar um reajuste de acordo com o acumulado da inflação dos últimos 12 meses, que é de 3,93%. Já dei um aumento para os professores no início deste ano de 9,3% e estamos discutindo outros pontos da pauta”, disse.

Por ATUAL