Amazonas bate em agosto recorde mensal de focos de queimadas

Imagem: Reprodução / Nasa

Agosto de 2019 já é o mês com maior número de focos de queimadas no estado do Amazonas desde o início dos registros do governo federal, em 1998. Foram 6.145 focos verificados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) no estado até esta terça-feira (27).

O número de agosto deste ano supera o registro de todos os meses analisados desde o início da série histórica. O recorde anterior era também um outro mês de agosto, mas no caso o de 2005, quando foram detectados 5.981 focos ativos.

Para Ane Alencar, diretora de pesquisa do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), os dados de queimadas do Inpe confirmam que o estado do Amazonas está cada vez mais ameaçado.

“O Amazonas, especialmente o sul do estado, é uma das novas fronteiras do desmatamento. Há dez anos atrás essa prática de queimadas não era tão ativa lá. É por isso que, neste mês de agosto, há esse recorde de todos os anos. Porque, realmente, agora a região é uma das novas fronteiras da expansão agropecuária” – Ane Alencar, diretora do Ipam.

Os dados do Amazonas são os piores registrados em agosto entre os estados que fazem parte da Amazônia Legal, área que engloba a totalidade dos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins e parte do estado do Maranhão.

No Acre e em Rondônia, os focos superaram a média histórica para o mês de agosto.

Na Amazônia Legal os focos ativos de queimadas em agosto de 2019 ficaram acima da média dos últimos 20 anos, mas não chegaram a bater o recorde histórico. A quatro dias do final de agosto, foram 35.147 focos registrados em toda a Amazônia Legal. A média para o mês de agosto dos últimos 20 anos é de 34.431 focos na região.

O bioma Amazônia, que ocupa cerca de 40% do território em vários estados, também teve queimadas acima da média para o mês neste agosto. Foram 27.921 focos ativos no bioma até 27 de agosto. A média para o mês é de 25.853 focos, segundo o Inpe.

Por G1