Advogado deixa Meta após críticas a Zuckerberg por postura ‘tóxica e neonazista’

Atualmente, há um receio de um possível aumento da desinformação e do discurso de ódio nas plataformas da Meta.

EUA — O advogado Mark Lemley, professor de direito na Universidade de Stanford e representante da Meta em processos de propriedade intelectual, anunciou que deixará de atuar para a empresa. A decisão foi motivada pelas recentes declarações e mudanças promovidas por Mark Zuckerberg, CEO da Meta, que, segundo Lemley, abraçaram a “masculinidade tóxica e a loucura neonazista”.

Zuckerberg, em entrevista ao podcast de Joe Rogan, defendeu a necessidade de mais “energia masculina” na cultura corporativa, afirmando que as empresas estariam se tornando “neutras” demais. Ele também anunciou o fim dos programas de diversidade, equidade e inclusão (DEI) e a substituição da checagem de fatos por um sistema semelhante ao do X (antigo Twitter), o que gerou críticas sobre o possível incentivo à desinformação .

Lemley, que representava a Meta em uma disputa sobre direitos autorais de obras usadas para treinar inteligência artificial, afirmou que não pode mais, “em boa consciência”, trabalhar para a empresa. Ele destacou que, apesar de acreditar que a Meta está do lado certo na disputa legal, não concorda com os valores defendidos por Zuckerberg .

A mudança de postura da Meta tem sido vista como uma tentativa de se alinhar ao governo de Donald Trump, que foi reeleito em 2024. A empresa doou US$ 1 milhão para o fundo de posse de Trump e nomeou Dana White, CEO do UFC e aliado do presidente, para seu conselho administrativo .

Essa guinada na política da empresa tem gerado preocupação entre especialistas e ativistas, que veem riscos no enfraquecimento de mecanismos de moderação de conteúdo e no possível aumento da desinformação e do discurso de ódio nas plataformas da Meta .

A decisão de Lemley reflete um crescente descontentamento entre profissionais que questionam a direção ética e política da empresa sob o comando de Zuckerberg.