
MANAUS (AM) — A 10ª Vara Criminal de Manaus enterrou a tentativa de encerrar com um acordo o caso da blogueira Rosa Ibere Tavares Dantas, acusada de matar o personal trainer Talis Roque da Silva em agosto de 2023 — no Vieiralves — após atropelá-lo e fugir do local.
O juiz Áldrin Henrique de Castro Rodrigues rejeitou a homologação do Acordo de Não Persecução Penal (ANPP) proposto pelo MPAM, classificando-o como tecnicamente inviável e juridicamente frágil. Entre os motivos: falta de confissão válida, reparação de dano insuficiente (R$ 50 mil aos pais da vítima), e — crucialmente — o descumprimento reiterado de ordens judiciais pela ré.
A blogueira deixou o Brasil rumo à Europa antes mesmo de ser citada, mas sua defesa continuou indicando endereços falsos em Manaus, travando o processo por quase um ano. Quando o juízo descobriu a manobra, decretou prisão preventiva. O mandado segue ativo no BNMP: ela é considerada foragida.
Para o magistrado, homologar um acordo com quem se recusa a se submeter à Justiça “esvaziaria a própria função punitiva do Direito Penal”. O MPAM, que inicialmente descartou o ANPP, voltou atrás sem fato novo, gerando — segundo a sentença — “ruptura na segurança jurídica e na unidade institucional do Ministério Público”.
Agora, as partes têm 5 dias para alegações finais. E o processo caminha, sem atalhos, para o veredicto.


