
MANAUS, AM — O Ministério Público do Amazonas aguarda há mais de um ano uma autorização do Tribunal de Justiça (TJAM) para investigar o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante). O pedido, feito em setembro de 2024, está paralisado porque nenhum desembargador aceitou relatar o caso.
O MP quer apurar viagens suspeitas do prefeito e da primeira-dama, Izabelle Fontenelle. Uma delas aconteceu durante o Carnaval, quando o casal usou um jato particular do empresário Roberto de Souza Lopes, que mantém contratos com a Prefeitura. Outra viagem ao Caribe, realizada em 2025, também será investigada, assim como possíveis vínculos de parentes do prefeito com empresas fornecedoras.
Até agora, cinco desembargadores já passaram pelo processo. Dois se declararam suspeitos por motivos pessoais. O caso foi redistribuído para a desembargadora Vânia Marinho.
O cientista político Helso Ribeiro acredita que o processo deve ter mais agilidade agora. “Alguns magistrados averbaram suspeição, o que acabou retardando. Agora, acredito que teremos mais celeridade”, afirmou.
Como o prefeito tem foro privilegiado, a investigação só pode começar com autorização do TJAM. O tribunal justificou o atraso pela migração do sistema processual antigo para o sistema eletrônico Projudi.
Em nota, a Prefeitura de Manaus afirmou que as viagens são custeadas com recursos próprios do prefeito e que os documentos solicitados já foram enviados ao Tribunal de Contas do Estado. O empresário Roberto de Souza Lopes negou qualquer irregularidade.
Este não é o primeiro caso envolvendo David Almeida. Em 2021, o Gaeco pediu sua prisão por suposta participação no esquema de “fura-fila” da vacina contra Covid-19. O processo foi arquivado cinco meses depois.


