SÃO PAULO — Um avião da Força Aérea dos Estados Unidos pousou no Brasil na noite de terça-feira (19), em Porto Alegre (RS) e, em seguida, em São Paulo (GRU), com autorização formal das autoridades brasileiras. A aeronave, um Boeing 757-200 de matrícula 00-9001 — conhecido como C-32B e apelidado de “Gatekeeper” — é usado para transporte de altas autoridades e agentes de inteligência, mas, segundo apuração do GLOBO, transportava na ocasião funcionários do consulado americano. A Embaixada dos EUA em Brasília confirmou o pouso e afirmou que a aeronave “ofereceu apoio logístico à Missão Diplomática dos Estados Unidos no Brasil”.
O voo partiu da base militar de Wrightstown, em Nova Jérsei, fez escalas em Tampa (Flórida) e San Juan (Porto Rico) antes de chegar ao Brasil. A representação norte-americana destacou que a operação seguiu todos os protocolos internacionais e contou com autorização prévia dos órgãos competentes do governo brasileiro.
Apesar da explicação, o episódio gerou questionamentos no Congresso. Os deputados Talíria Petrone (Psol-RJ) e Túlio Gadêlha (Rede-PE) apresentaram um requerimento solicitando esclarecimentos aos ministérios da Defesa, das Relações Exteriores e de Portos e Aeroportos. Eles pedem informações sobre o objetivo da missão, a identidade e quantidade de passageiros, e quais vistos foram concedidos, especialmente devido ao caráter sigiloso e militar da aeronave.
A Embaixada ressaltou que a operação foi transparente e em conformidade com as leis brasileiras. Ainda assim, o caso reacende o debate sobre soberania, controle de fronteiras e a presença de forças militares estrangeiras em território nacional, mesmo quando autorizadas.
