MANAUS — A Prefeitura de Manaus promove o “Dia D” da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite no sábado, 8/6, alertando para a baixa adesão do público à mobilização, que visa ampliar a cobertura vacinal de crianças de 1 a 4 anos e evitar a reintrodução da doença no país. A ação é coordenada pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) e acontece das 8h às 16h, em 357 postos de imunização fixos e volantes, distribuídos em toda a capital.
A gerente de Imunização da Semsa, enfermeira Isabel Hernandes, reitera a necessidade do engajamento de pais e responsáveis para a proteção das crianças, apontando os números reduzidos da vacinação em Manaus. Até esta quinta-feira, 6/6, o município contabiliza 9.646 crianças vacinadas, correspondendo a 7,4% do público-alvo. A campanha nacional, iniciada no dia 27 de maio, tem como meta alcançar 95% da população de 1 a 4 anos na capital, estimada em 130.316 crianças, segundo dados atualizados pelo Ministério da Saúde, a partir do Censo 2022.
“A Semsa vem trabalhando na busca ativa, com a atuação intensa das equipes da Estratégia Saúde da Família em seus territórios, além da vacinação em creches e escolas. Mas os pais devem também se envolver e garantir que os filhos recebam a dose de campanha”, afirma a gerente.
Dose
Isabel explica que a dose de campanha é essencial para a prevenção da poliomielite, considerando que o Amazonas faz fronteira com outros países e o Brasil tem alto risco para reintrodução da doença. “Devem ser vacinadas com essa dose mesmo aquelas crianças de 1 a 4 anos que já tenham recebido as duas doses da vacina oral de reforço, previstas aos 15 meses e aos 4 anos”.
A enfermeira orienta ainda os pais a buscar os postos de saúde para a atualização vacinal dos bebês de 2 a 11 meses em atraso no esquema básico de rotina contra poliomielite, que prevê três doses da vacina injetável aos 2, 4 e 6 meses de vida.
“Além das doses contra a pólio, todas as vacinas do calendário básico serão ofertadas durante todo o ‘Dia D’. Ou seja, será uma oportunidade para os pais atualizarem a proteção dos filhos contra doenças que ameaçam as crianças e que podem ser evitadas com vacinas”, adianta.
Para receber a vacina contra a poliomielite e outras do calendário infantil, a criança deve estar acompanhada de um dos pais ou de um responsável, em posse do documento oficial de identificação, CPF ou Cartão Nacional de Saúde (CNS) e caderneta de vacinação da criança.
Os usuários podem consultar os endereços dos pontos de vacinação no site manaus.am.gov.br/semsa.
Risco de reintrodução
Isabel Hernandes enfatiza que a poliomielite é uma doença grave, capaz de atingir o sistema nervoso e causar paralisia irreversível, em geral nos membros inferiores.
“A vacinação é a única forma de prevenção dessa doença, por isso todas as crianças menores de 5 anos de idade devem ser vacinadas, conforme esquema de vacinação de rotina, e também na campanha nacional anual”, aponta a gerente.
Isabel salienta o papel fundamental da vacinação para se evitar a reintrodução no Brasil da poliomielite, também conhecida como paralisia infantil. A doença, ela explica, foi considerada erradicada no país em meados dos anos 1990, principalmente graças às vacinas.
“No entanto, as coberturas vacinais caíram nos últimos anos, e hoje há o risco de ressurgimento da paralisia infantil, por isso é essencial que os pais se comprometam e levem seus filhos para vacinar”, afirma a gerente, pontuando que o Brasil hoje apresenta o status de país de alto risco para a reintrodução do vírus causador da pólio.
Doença contagiosa aguda, causada pelo poliovírus selvagem (PVS) dos tipos 1, 2 e 3, a poliomielite é capaz de infectar crianças e adultos, a partir do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas doentes. É caracterizada por um quadro agudo que geralmente acomete os membros inferiores, de forma assimétrica e irreversível.