Liderados pelo vice-prefeito e secretário municipal de Infraestrutura, Marcos Rotta, os membros do Comitê Especial de Enfrentamento das Cheias Fluviais do Município realizaram, na sexta-feira, 7/5, uma visita técnica ao centro da cidade para avaliar a situação da região e traçar estratégias para minimizar os impactos da cheia de 2021, possivelmente uma das maiores dos últimos anos.
“Estamos hoje no Centro, concentrados para definir os pontos em que vamos atuar, devemos começar pela rua dos Barés e pela Barão de São Domingos. São ruas que já estão afetadas pela cheia. Em seguida, vamos estender essa ação, fazer aqui conscientização e trazer os órgãos municipais, para que, juntos, possamos minimizar os impactos da cheia”, explicou Rotta.
De acordo com o vice-prefeito, que é o presidente da Comissão, as ações não se limitarão à zona urbana. “O trabalho que estamos empreendendo na cidade de Manaus também levaremos para as comunidades rurais, também muito afetadas pela cheia e há muito tempo esquecidas, sem receber os serviços da prefeitura e nem a devida atenção do Poder Público”, afirmou o vice-prefeito.
Nesta sexta-feira, o rio Negro atingiu a cota de 29,33 metros, subindo 3 centímetros em relação a ontem. Na mesma data, no ano passado, o rio estava com seu nível bem mais baixo e apresentava 27,12 metros. A expectativa do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) é de que as águas cheguem aos 30.34 metros em 2021.
Defesa
Conforme estimativas da Casa Militar, por meio da Defesa Civil Municipal, ao menos 4 mil famílias afetadas serão atendidas pela prefeitura, que ainda realiza o cadastramento da população atingida, porém as medidas preventivas vêm sendo antecipadas pelo Executivo municipal.
“Foram catalogadas aproximadamente 1,6 mil áreas de risco, que podem afetar, pelo menos, 4 mil famílias. Nós já atuamos na construção de pontes nos bairros mais afetados, que são Educandos, Mauazinho e São Jorge. A prefeitura se antecipou, e a Defesa Civil já atua minimizando os impactos da cheia que pode ser a maior dos últimos anos”, disse o chefe da Casa Militar, tenente William Dias.
Criado pelo prefeito David Almeida e presidido por Marcos Rotta, o Comitê Especial de Enfrentamento das Cheias Fluviais do Município é formado por representantes das secretarias municipais de Infraestrutura (Seminf); Limpeza Urbana (Semulsp); Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc); Saúde (Semsa); Casa Militar; Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb); Agricultura, Abastecimento, Centro e Comércio Informal (semacc); Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU) e Fundo Manaus Solidária.
Feiras
O titular da Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento, Centro e Comércio Informal (Semacc), Renato Júnior, disse que a cheia, além de causar prejuízos aos feirantes de Manaus, também tem prejudicado produtores, o que afeta diretamente a economia das famílias manauaras.
“Todos os anos a cheia não atinge apenas as feiras, mas também a produção rural, o que afeta diretamente nos preços da cesta básica. Nessas áreas fica difícil atuar, mas já estamos em contato com esse público e construindo as soluções necessárias. Também já montamos uma estratégia de ação para as feiras e áreas afetadas, onde serão construídas pontes. Também já suspendemos o tabelado da feira da Panair para garantir a funcionalidade do espaço”, explicou Renato Júnior.
Decreto
“Já estamos fazendo várias ações de prevenção, para amenizar o máximo possível o sofrimento dos moradores, tanto da área urbana, quanto da área ribeirinha de Manaus, que são atingidos pela cheia. Conforme as informações do monitoramento hidrológico este ano, devemos ter a quinta maior cheia do rio Negro, então vamos nos preparar, para que, em meio à pandemia de Covid-19, Manaus não sofra com um fenômeno natural, que ocorre anualmente”, observou David.
Nesta quinta-feira, 6/5, o prefeito David Almeida decretou situação de emergência na capital, em virtude da possibilidade uma cheia histórica do rio Negro. Na última segunda-feira, 4/5, o prefeito, em reunião com o secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Alexandre Lucas Alves, em Brasília (DF), conseguiu apoio federal ao município, para atender as 8.474 mil famílias que serão afetadas pela subida do rio Negro.