
UCRÂNIA — O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, sugeriu uma troca de territórios com a Rússia como parte de um possível acordo de paz entre os dois países, em guerra desde fevereiro de 2022. Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, Zelensky afirmou que, caso o ex-presidente dos EUA Donald Trump consiga mediar negociações, ele planeja oferecer a região russa de Kursk, ocupada pela Ucrânia, em troca de territórios ucranianos atualmente sob controle russo.
A proposta de Zelensky, no entanto, enfrenta desafios logísticos e políticos. A região de Kursk é significativamente menor do que as áreas controladas pela Rússia, que incluem a Crimeia, partes de Zaporizhzhia, Mariupol e as regiões separatistas de Luhansk e Donetsk. Além disso, a complexidade do conflito e as divergências históricas entre os dois países sugerem que uma simples troca de territórios pode não ser suficiente para garantir uma paz duradoura.
A invasão ucraniana a Kursk, em agosto de 2024, marcou um ponto de virada no conflito. Foi a primeira vez que Kiev reconheceu formalmente um ataque ao território russo. A operação, considerada uma das mais ousadas da guerra, envolveu cerca de 1.000 soldados ucranianos, que atravessaram a fronteira com tanques, veículos blindados e apoio aéreo de drones. O avanço forçou o presidente russo Vladimir Putin a reajustar seus planos de guerra de forma emergencial.
Enquanto a proposta de Zelensky busca abrir caminho para negociações, especialistas questionam sua viabilidade. A Rússia mantém uma postura firme sobre as regiões ocupadas, e a Ucrânia insiste na integridade territorial. O cenário sugere que, mesmo com mediação internacional, o caminho para a paz permanece incerto e repleto de obstáculos. A comunidade global acompanha com atenção os desdobramentos, na esperança de um fim para o conflito que já dura mais de dois anos.