A Nasa, a agência espacial norte-americana, apresentou nesta sexta-feira (12) seu mais novo e poderoso avião supersônico, o X-59, projetado para voar mais rápido que a velocidade do som sem gerar o tradicional estrondo sônico de modelos do tipo.
A apresentação oficial do X-59 ocorreu nas instalações Skunk Works da Lockheed Martin em Palmdale, na Califórnia, onde o avião foi meticulosamente montado.
O evento marcou não apenas a revelação do avião totalmente concluído, mas também o início da primeira fase uma missão pioneira da agência.
Isso porque o X-59 faz parte da Quesst, missão da Nasa que visa demonstrar as capacidades de voo supersônico silencioso sobre comunidades selecionadas nos Estados Unidos.
No futuro, após cada voo, a agência analisará as reações das pessoas ao estrondo sônico reduzido e compartilhará esses dados com reguladores norte-americanos, que poderão reconsiderar as normas atuais que proíbem voos supersônicos comerciais sobre áreas habitadas do país (entenda mais abaixo).
“Esta é a grande revelação. A apresentação é um grande marco em direção ao objetivo geral da missão Quesst de reduzir o estrondo sônico”, disse Catherine Bahm, diretora do projeto Low Boom Flight Demonstrator da Nasa, que supervisiona o desenvolvimento do X-59.
Voos sem estrondos
A grande ideia por trás desse projeto é explorar a possibilidade de realizar voos supersônicos de forma mais silenciosa, o que pode ajudar a eliminar ou reduzir significativamente o impacto sonoro associado a essas viagens.
Isso porque a principal barreira para os voos supersônicos sobre áreas povoadas é o estrondo sônico, um som explosivo gerado quando uma aeronave ultrapassa a velocidade do som. Esse som é bastante perturbador e pode causar desconforto, razão pela qual os voos supersônicos sobre terra são geralmente proibidos.
Em 1973, os Estados Unidos, por exemplo, implementaram uma proibição que impede aeronaves civis de voarem em velocidades supersônicas sobre território terrestre.
A abordagem da missão Quesst envolve o uso do X-59, uma aeronave experimental desenvolvida pela Lockheed Martin, para testar tecnologias que possam reduzir ou suprimir esse estrondo sônico. A ideia é substituir o estrondo sônico por “batidas” mais suaves, que são percebidas como sons mais toleráveis pela população.
A equipe do projeto irá realizar voos de teste com o X-59 sobre áreas habitadas para coletar dados sobre o que as pessoas realmente ouvem quando a aeronave passa. Esses dados serão compartilhados com reguladores, que, por sua vez, poderão considerar a elaboração de novas regras baseadas em som para levantar a proibição de voos mais rápidos que o som sobre terra.