Douradina, MS — Em um novo capítulo da crise que assola as terras indígenas em Mato Grosso do Sul, grupos indígenas denunciaram um violento ataque por parte de “jagunços fortemente armados” na retomada Pikyxyin, localizada na Terra Indígena Lagoa Panambi. O atentado, ocorrido neste sábado (3), deixou pelo menos dez indígenas feridos, dois deles em estado grave, de acordo com o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib).
A gravidade da situação é ainda maior se considerarmos que o ataque se deu apenas um dia após a retirada da Força Nacional da região. A presença da força de segurança havia sido solicitada após uma série de confrontos entre indígenas e não indígenas na área. Com a saída da Força Nacional, a sensação de insegurança entre os indígenas se intensificou, o que, segundo especialistas, pode ter contribuído para a ocorrência de novos atos de violência.
Os agressores, identificados como “jagunços”, dispararam munição letal e balas de borracha contra os indígenas Guarani e Kaiowá. Entre os feridos, dois apresentam quadro clínico grave: um foi atingido na cabeça e outro no pescoço. A gravidade das lesões e o tipo de munição utilizada ainda estão sendo investigados.
Os feridos foram encaminhados para o Hospital da Vida, em Dourados. Diante da gravidade da situação, representantes indígenas acionaram diversos órgãos, como os ministérios da Justiça, dos Povos Indígenas e dos Direitos Humanos, o Ministério Público Federal (MPF) e a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).