Vice-presidente da Argentina é acusada de corrupção estatal

O Tribunal da Argentina diz que as ações promovidas no país por Cristina Kirchner eram para favorecê-lá

Na última quinta-feira (09), o Tribunal Federal da Argentina apresentou uma acusação da atual vice-presidente do país, Cristina Kirchner. Segundo a Corte, a mandatária teria cometido o crime de corrupção estatal, levando em consideração as ações promovidas por Kirchner no país que, segundo o Tribunal, visavam beneficiar ela e Néstor Kirchner.

Em um documento divulgado por juízes para o jornal La Nacion, é dito que o caso se trata de “um ato de corrupção estatal que como tal atenta contra a legitimidade das instituições públicas, ameaça a sociedade, a ordem moral e a justiça, assim como o desenvolvimento integral dos povos”.

“A cartelização empresarial a favor de Báez causou ao Estado um prejuízo que este tribunal pôde calcular, em valores líquidos, no valor de 646, 1 milhões de pesos”, completa o Tribunal.

A vice-presidente foi condenada em dezembro de 2022 a seis anos de prisão, sendo determinado a inabilitação para exercer cargos públicos. A condenação foi baseada em uma acusação de corrupção de Cristina e de Nestor Kirchner (marido falecido em 2010). Segundo a Corte, ambos teriam supostamente favorecido o empresário Lázaro Baez em obras públicas na província de Santa Cruz entre 2003 e 2015, período dos três primeiros mandatos dos Kirchners.

As provas mostram que Baez teria vencido cerca de 80% das licitações na região, gerando de forma irregular 46 bilhões de pesos com 51 licitações (R$ 1,4 bilhão).

Cristina Kirchner e mais 16 pessoas foram condenadas, dentre elas: Lázaro Baez, o ex-secretario de Obras Públicas, José López, e o ex-diretor da Direção Nacional de Estradas, Nelson Periotti.

O julgamento do caso acontece desde 2019, mas foi suspenso durante um período por conta da pandemia da Covid-19. Em agosto de 2022, os promotores Diego Luciani e Sergio Mola, do Ministério Público da Argentina fizeram o pedido que Kirchner fosse presa durante 12 anos, além de impedida de exercer cargos públicos com período vitalício.

Kirchner negou qualquer crime, além de ter argumentado que o processo era uma perseguição jurídica. Na defesa final, a vice-presidente afirmou que o tribunal responsável pelo caso era “um verdadeiro pelotão de fuzilamento”.