Trump quer humilhar Lula para se sentir vitorioso

Trump só fechará um acordo com o Brasil se sair com a sensação de vitória.

EUA — Na primeira viagem aos EUA, senadores brasileiros chegaram a uma conclusão preocupante: Donald Trump só se sentirá vitorioso se humilhar o presidente Lula, assim como fez com o líder ucraniano Zelensky. Além disso, o Brasil pode enfrentar tarifas de até 50% sobre suas exportações para os EUA, muito acima dos 15%-20% inicialmente anunciados.

Trump acredita que Lula não interfere nos processos judiciais contra Bolsonaro por opção, e isso irrita o americano, que vê a situação como uma “perseguição” ao ex-presidente. Empresários e advogados próximos à Casa Branca disseram aos senadores que Trump só fechará um acordo com o Brasil se sair com a sensação de vitória — mesmo que o acordo não seja tão vantajoso para o nosso país.

Outro problema é a relação próxima do Brasil com a China. Se quisermos negociar com os EUA, teremos que repensar essa parceria. Até senadores de direita admitiram: sem a China, o Brasil estaria em uma situação muito pior.

Apesar das tensões, o governo brasileiro não está em desespero. Empresas como a Embraer estão preocupadas, mas não em pânico. Além disso, o acordo recente entre EUA e União Europeia (UE) foi tão polêmico que pode abrir espaço para o Mercosul fechar seu próprio acordo com os europeus. A França, por exemplo, criticou a UE por se submeter aos EUA, mostrando que há divisões.

O Brasil também tem estratégias para reduzir os prejuízos. Alguns produtos, como café e carne, já estão mais baratos, ajudando a controlar a inflação. Se outros países, como México e Colômbia, ocuparem parte do mercado brasileiro nos EUA, o Brasil pode redirecionar suas vendas para outros lugares.

O governo ainda espera negociar. Lula, mesmo após algumas provocações, adotou um tom moderado: “Espero que Trump reflita sobre a importância do Brasil e resolva as diferenças na mesa, como se faz no mundo civilizado.” Mas uma coisa é certa: o Brasil não aceitará ser humilhado. Se for preciso, enfrentaremos essa “guerra” com firmeza.