Trump ameaça tarifas de 200% e pressiona China por ímãs raros

Para o Brasil, o momento representa uma oportunidade geopolítica e econômica.

EUA — O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira (25) que pode aplicar uma tarifa de até 200% sobre produtos chineses se a China não garantir o fornecimento de ímãs industriais aos EUA. A declaração pressiona diretamente a exportação de insumos considerados estratégicos, produzidos a partir de minerais chamados “terras raras”.

Esses ímãs são fundamentais para indústrias de alta tecnologia, como a de carros elétricos, turbinas eólicas, celulares e equipamentos militares. A China domina mais de 80% da produção global de terras raras e seus derivados, o que torna outros países, como os EUA, altamente dependentes desse suprimento.

A fala de Trump reacende a tensão comercial entre Washington e Pequim e também amplia a preocupação global com a segurança de cadeias de suprimentos críticas. Autoridades americanas temem que o controle chinês sobre as terras raras possa ser usado como ferramenta de pressão política ou econômica.

Nesse cenário, o Brasil surge como uma alternativa potencial. O país possui uma das maiores reservas naturais de terras raras do mundo, especialmente em estados como Amazonas, Bahia e Minas Gerais. No entanto, a exploração ainda é limitada e depende de investimentos em tecnologia e infraestrutura para competir no mercado global.

A pressão de Trump pode acelerar parcerias dos EUA com países como o Brasil e a Austrália, que têm buscado desenvolver cadeias próprias de produção desses insumos. Para o Brasil, o momento representa uma oportunidade geopolítica e econômica, desde que consiga avançar na regulação e atração de capital estrangeiro para o setor.