Três UBSs são alvos de furtos e assaltos nesta sexta, em Manaus

© Mário Oliveira/Semcom

Manaus contabilizou o aumento de uma triste estatística nesta sexta-feira 26/10, com a interrupção dos serviços em três Unidades Básicas de Saúde (UBSs) por conta de um furto e dois assaltos a mão armada. O prefeito Arthur Virgílio Neto esteve na UBS Dr. José Rayol dos Santos, localizada na avenida Constantino Nery, Chapada, zona Centro-Sul, logo após o assalto no início da noite, que suspendeu os atendimentos à população. A Unidade é uma das 10 UBSs que atende em horário estendido.

O prefeito esteve no local para prestar solidariedade aos servidores que tiveram seus pertences roubados e escutou relatos de pânico por parte de quem ficou sob a mira das armas dos dois assaltantes que invadiram a unidade de saúde. Em tom de indignação, criticou o descaso do governo do Estado com a segurança pública, principalmente em relação aos aparelhos municipais.

“Fizeram um assalto violento aqui, ameaçando os servidores e quem estava aqui. Isso é uma coisa perversa que traz insegurança para todos nós. Esse quadro tem que ter um basta. Não se vê uma palavra do governador e nós estamos aqui enfrentando essa crise de segurança. As pessoas no meu estado não têm direito a segurança pública porque o governo do Estado cruza os braços e deixa o povo a própria sorte”, disse indignado Arthur.

Para o prefeito, o agravamento do problema de segurança não é culpa das polícias e sim da falta de comando do governo do Estado.

“As polícias Militar e Civil são capazes e têm ótimos membros nessas corporações. O que precisa é que deem a elas condições de trabalho. Por onde passo converso com policiais que usam coletes vencidos. Como esperar que um pai de família enfrente o crime com êxito se ele tem o colete vencido. E estão assim porque o governador não arma a polícia, não dá o devido suporte a ela”, afirmou o prefeito.

Momentos de terror

Aurinéia Maia trabalha na UBS como técnica de enfermagem há 4 anos. Ela relatou o susto ao perceber a presença do bandido que levaram os celulares de algumas pessoas que começaram a gritar assustadas. Ela destacou o sentimento de impotência diante da falta de segurança.

“Eu nem percebi o que acontecia. Quando percebi tinha uma pessoa dentro do meu setor armada pedindo meu celular. Eu me assustei, gritei e ele saiu correndo. Agora fica essa sensação de medo, de impotência. Não sabemos o que fazer, mas temos que continuar trabalhando sem saber se vai acontecer de novo. Temos que trabalhar com a certeza que vamos voltar pra casa“, disse assustada a servidora.

O próprio vigilante da UBS, Wilson Sá, disse que esse foi o segundo assalto sofrido no local. “A primeira vez nos trancaram na farmácia e chegaram até a levar um carro. Dessa vez foram três celulares, incluindo o meu. A situação está complicada e não podemos fazer nada”, relatou a vítima de assalto.

Outros casos

Por conta do furto do condensador de um dos aparelhos de ar-condicionado da UBS Mansour Bulbol, no bairro Alvorada, zona Oeste, foram suspensos os atendimentos no Consultório de Odontologia. A unidade funcionou apenas com atividade de Educação em Saúde.

Outra Unidade que sofreu assalto a mão armada foi a UBS N-41, na avenida A, esquina com rua Manila, na Cidade Nova, zona Norte. De acordo com testemunhas, dois bandidos armados entraram no local de forma agressiva e roubaram telefones celulares e um cordão. Todos os atendimentos da unidade foram suspensos, pois os servidores não tinham condições psicológicas de continuar trabalhando.

O secretário municipal de Saúde, Marcelo Magaldi, lamentou os ocorridos e destacou que é necessária a colaboração dos órgãos de Segurança Pública para diminuir a incidência de crimes nas UBSs.

“Estamos com um número alto de ocorrências de furtos e assaltos nas UBSs e isso prejudica nossos atendimentos, traumatiza servidores e prejudica nosso serviço de saúde. Queremos uma providência urgente por parte do governo do Estado”, demandou o secretário.