Três suspeitos são presos pela morte de Mãe Bernadete, na Bahia

Provas e relatos ainda serão confrontados.

Três homens foram presos nesta segunda-feira por suspeita de participação na morte da líder quilombola Bernadete Pacífico. O anúncio foi feito pelo secretário de Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner, em coletiva de imprensa.

Segundo as investigações, um deles confessou à polícia ter executado os disparos contra Mãe Bernadete, como era conhecida. Os outros dois teriam tido participação indireta: com um deles foi encontrado o celular da vítima e com o outro suspeito, as armas utilizadas no crime.

Líder do quilombo Pitanga dos Palmares, ialorixá e ex-secretária de Promoção da Igualdade Racial de Simões Filho, na Bahia, Mãe Bernadete, de 72 anos, foi assassinada com 22 tiros no dia 17 de agosto, na casa onde vivia.

Bernadete Pacífico recebia ameaças desde 2016 e, por isso, estava no programa de proteção à testemunha. Após o crime, o governo da Bahia informou que atuaria para aperfeiçoar os programas de proteção de defensores de direitos humanos.

Após o crime, familiares de Mãe Bernadete foram retirados do Quilombo Pitanga dos Palmares, por medida de segurança. Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, filho da líder quilombola, foi morto em condições semelhantes, com 16 disparos, em 2017, em um crime ainda não elucidado.

No fim do mês passado, o Conselho Nacional de Justiça informou que as apurações sobre os dois assassinatos serão feitas pelo Observatório das Causas de Grande Repercussão, colegiado formado pelo próprio CNJ e pelo Conselho Nacional do Ministério Público. Para o CNJ, aparentemente, os dois casos estão relacionados com a defesa da causa quilombola em território ainda sob conflito fundiário.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia, a Polícia Civil segue trabalhando para identificar outros envolvidos na morte de Mãe Bernadete, bem como a dinâmica do crime e a sua motivação.