Tráfico investe em transporte aéreo na Amazônia, segundo polícia

Algumas aeronaves não conseguem chegar ao destino. | Foto: Divulgação

O aumento do risco de ataques de grupo de piratas e as intensas fiscalizações da polícia nos rios amazônicos fez com que traficantes de drogas passassem a usar com mais frequência as rotas aéreas. Conforme a polícia, o uso de aeronaves por traficantes no Amazonas é costumeiro, mas passou a ser ainda mais frequente nos últimos meses. Além de drogas, a rota aérea clandestina também é usada para o contrabando de ouro.

No início desse mês, policiais do 5º Batalhão da Polícia Militar (BPM) encontraram no topo de uma árvore, uma aeronave Modelo SEAMAX M22 e prefixo  PU – FDN. De acordo com investigações da PC, a suspeita é de que ela estava sendo usada para transportar drogas.

Depoimento de moradores da comunidade do Rio Codajás Mirim informaram que a aeronave caiu no dia 14 de abril. Após a queda, o local foi visitado por sucessivos grupos de traficantes que foram à procura de resgatar o carregamento do entorpecente que desapareceu.

O piloto da aeronave, segundo a polícia, sofreu vários ferimentos e fraturas nas pernas. Conseguiu sair do local e pedir ajuda. De acordo com a polícia, ele foi levado ao hospital e após ter recebido atendimento médico, fugiu. Mas segundo o delegado da Delegacia Interativa de Coari, José Afonso Barradas, ele já foi localizado. As investigações sobre o caso estão em andamento e tramitam em sigilo.

Em abril de 2018, policiais militares apreenderam no aeroporto de Carauari (788 quilômetros de Manaus) dentro de um bimotor com um carregamento de 458 kg de cocaína. A droga estava em poder de três homens, que foram presos em flagrante por tráfico de drogas. À época, a polícia identificou que o entorpecente tinha como destino Manaus.

Em novembro do mesmo ano, foi encontrado no rio Japurá, próximo a cidade Maraã (a 600 km de Manaus) um monomotor anfíbio modelo Super Petrel LS, de fabricação Argentina  que pode pousar em terra e na água. No interior dela não foram encontrados nenhuma documentação que ajudasse e localizar o dono.

De acordo com a polícia, as ações de grupos de piratas, que atacam embarcações para roubar drogas de outros traficantes e operações pontuais das policiais Civil, Militar e Federal nos rios tem feito com que os criminosos optem pelas rotas aéreas para escoar carregamento de drogas, principalmente, em locais onde as fiscalizações de voos fretados não são frequentes.

Rota está identificada

A polícia identificou que os traficantes pegam a droga no Peru e a escoam até o Rio Juruá, onde é frequente ataques de grupo de piratas. De lá a droga é embarcada na cidade de Cruzeiro do Sul (AC) ou em Guajará (AM). Em seguida, é desembarcada nas proximidades de Carauari, também no Amazonas, de onde, segundo investigações, é possível sem colocada em aeronaves sem fiscalização. Dessa forma é possível burlar áreas onde existem fiscalização como em Tefé.

Por TODA HORA