Tóquio lamenta casos de Covid-19 a 100 dias da Olimpíada

Japão avalia realizar Olimpíada sem a presença de público estrangeiro (Foto: Divulgação)

Tóquio – Os Jogos Olímpicos Tóquio 2020 por enquanto estão sob o lema “tudo certo e nada resolvido”. A cem dias da competição adiada em um ano, Tóquio ainda lamenta números significativos da Covid-19 apesar do avanço da vacinação. Uma pesquisa publicada na última segunda-feira (12) garante que mais de 72% da população não quer a maior competição esportiva em meio à pandemia do coronavírus. Por outro lado, os organizadores reforçam protocolos para que tudo aconteça com segurança entre 23 de julho e 8 de agosto.

De acordo com a agência Kyodo News, 39,2% dos japoneses querem que os Jogos Olímpicos sejam cancelados; enquanto 32,8% são a favor de outro adiamento, o que na prática não é possível nas regras do COI (Comitê Olímpico Internacional), mais especificamente no artigo 6 da Carta Magna, essa ainda dos tempos do Barão de Coubertin, que diz que uma Olimpíada é um intervalo de quatro anos consecutivos. Por isso, Tóquio 2020 não poderia ultrapassar o limite do verão do hemisfério norte.

Ainda segundo a agência de notícias japonesa, 24,5% dos entrevistados desejam que os Jogos aconteçam como agora estão sendo previstos. Há pouco mais de um mês, o governo e os organizadores estabeleceram a medida mais drástica depois do adiamento. O público estrangeiro estará proibido de frequentar as competições, enquanto as próprias capacidades das arenas estarão reduzidas para os residentes no Japão. As medidas, claro, são para frear a disseminação de variantes do coronavírus.

Na última segunda mesmo, o Japão iniciou o período de um mês com medidas “quase emergenciais”, como foi denominado na imprensa local, para frear a contaminação e assim a propagação do que seria uma quarta onda da Covid-19. O ressurgimento de infecções inclusive é a principal preocupação dos japoneses no momento. Até agora, foram 506 mil casos, sendo 2,7 mil nas últimas 24 horas, 464 mil recuperados e 9,3 mil pessoas mortas pela Covid — o país tem cerca de 126 milhões de habitantes.

Preocupação do COB

Como nem só de atletas é feita uma edição dos Jogos Olímpicos, o próprio COB (Comitê Olímpico do Brasil) entendeu que precisaria enxugar a delegação brasileira na tentativa de preservar a saúde de quem estará na capital japonesa. A entidade cancelou programas que levariam ex e jovens atletas para Tóquio com a finalidade de promover intercâmbio e ambientação.

Mesmo entre os dirigentes, haverá uma diminuição considerável de representantes. Além de integrantes de cada Missão, apenas o presidente Paulo Wanderley e o CEO Rogério Sampaio estarão no local. “Essa é mais uma ação do COB que reforça a prioridade nas funções e serviços com impacto direto na performance e na segurança de todos os integrantes da delegação brasileira em Tóquio”, diz o comitê.