
BRASÍLIA — A criação da nova federação União Progressista, alinhada à oposição, está forçando o governo Lula a acelerar planos de reforma ministerial ainda em 2025. Até mesmo o adiamento estratégico — motivado pela recusa de Pedro Lucas (União-MA) ao Ministério das Comunicações — não segurará por muito mais tempo as demandas por mudanças na Esplanada dos Ministérios.
A expectativa é de que ao menos dois ministros deixem seus cargos: Celso Sabino (Turismo), do União, e André Fufuca (Esporte), do Progressistas. Enquanto o desembarque no PP é encarado com menos resistência, no União há maior tensão interna, especialmente com a saída de aliados históricos.
Superfederação amplia pressão política e afasta governistas
A nova federação reúne uma bancada de 14 senadores e 109 deputados, tornando-se um ator central no Congresso. O Planalto já sente o impacto: a ausência de representantes do PT no evento de lançamento da federação marca um rompimento simbólico com a tradição de cordialidade entre aliados.
Apesar disso, nomes ligados a Davi Alcolumbre, como Frederico Siqueira Filho (Comunicações) e Waldez Góes (Integração), devem permanecer no governo, indicando acordos políticos ainda ativos.
Desembarques em cascata e pautas travadas
Além dos ministros titulares, figuras do segundo escalão ligadas aos partidos da federação devem deixar os cargos a partir de outubro. A reforma vai além da Esplanada: pautas consideradas prioritárias, como a revisão do teto do Imposto de Renda, devem avançar, enquanto projetos como o “SUS da Segurança” tendem a ficar paralisados.


