
Pesquisadores acabam de reescrever o que sabíamos sobre a sucuri verde, a gigante da Amazônia. Um estudo publicado na revista MDPI revelou que a cobra, sempre considerada uma única espécie, é na verdade duas geneticamente distintas. A diferença genética entre elas é de 5,5%, um abismo maior que aquele que separa humanos e chimpanzés.
A divisão aconteceu há cerca de 10 milhões de anos, dando origem à sucuri verde do norte (Eunectes akayima), encontrada em países como Venezuela e Colômbia, e à sucuri verde do sul (Eunectes murinus), comum no Brasil e Peru. A descoberta é fruto de 20 anos de pesquisa, que analisou amostras de várias regiões da América do Sul.
Esta não é apenas uma curiosidade científica. A revelação tem impacto direto na conservação desses animais. Agora, os esforços para proteger as sucuris precisam ser duplicados e adaptados, já que cada espécie pode enfrentar ameaças específicas de desmatamento, mudanças climáticas e poluição.
As sucuris verdes são predadoras de topo, essenciais para o equilíbrio do ecossistema. Sua presença indica um ambiente saudável. Conhecidas por alcançar mais de 7 metros e 250 kg, estas serpentes não são venenosas – caçam por constrição, sufocando presas como capivaras e jacarés. A descoberta mostra que ainda há muito a aprender sobre a biodiversidade da Amazônia antes que seja tarde demais.
“Este é um lembrete de que mesmo os maiores animais do mundo podem guardar segredos”, comentou um pesquisador envolvido no estudo. A ciência, mais uma vez, prova que a natureza ainda tem grandes surpresas nas mangas.


