Christian Zurita e Andrea Gonzalez Nader formalizaram a inscrição da chapa para a disputa à Presidência do Equador no domingo (13). Zurita substitui Fernando Villavicencio como postulante a chefe do Executivo, depois que o jornalista foi assassinado a tiros.
A presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) equatoriano confirmou que o partido Movimiento Construye apresentou a documentação necessária.
Ela pontuou que, depois de receber a documentação, o CNE deve apresentá-la a outras instituições responsáveis. Então, após 48 horas, se não houver objeções, ela será apresentada ao órgão pleno da entidade para ser analisada e, se não houver problemas, a candidatura será ratificada.
Um dia antes, o Movimiento Construye havia anunciado que a candidata seria Andrea Gonzalez, uma ativista ambiental que originalmente postulava à vice-presidência na chapa – posição que volta a ocupar.
Zurita também é jornalista e, no passado, colaborou com Villavicencio.
Também no domingo, os outros candidatos participaram de um debate de quase três horas. No início, houve um minuto de silêncio em homenagem a Fernando Villavicencio. O lugar que ele ocuparia no estúdio ficou vazio.
O crime
Villavicencio, ex-parlamentar e jornalista investigativo com histórico de denunciar a corrupção, foi morto a tiros ao deixar um comício no Anderson College, em Quito, capital do Equador, no dia 9 de agosto. Ele foi baleado várias vezes na cabeça após entrar no carro no qual sairia do local.
Seis colombianos foram acusados pelo assassinato e permanecem sob custódia. A polícia os acusa de ligações com grupos criminosos.
O Equador, país com 18 milhões de habitantes, tem visto uma onda crescente de violência nos últimos anos, incluindo aumento acentuado de assassinatos.
Embora as cédulas para a eleição convocada pelo presidente cessante Guillermo Lasso já tivessem sido impressas antes do assassinato de Villavicencio, os votos para ele serão automaticamente transferidos para o substituto do partido.
Entenda a eleição presidencial do Equador
A eleição presidencial do Equador está marcada para ocorrer no domingo (20), tendo sido antecipada pelo presidente Guillermo Lasso.
A antecipação foi feita depois que o chefe de Estado decretou a chamada “morte cruzada” –a dissolução da Assembleia Nacional–, reduzindo o tempo de seu próprio mandato.
Após o assassinato de Villavicencio, os principais postulantes à Presidência do Equador se pronunciaram nas redes sociais, sendo que alguns informaram a suspensão de suas campanhas. Eles também lamentaram o ocorrido e pediram apuração do crime.
Bem colocado na pesquisas
Villavicencio, do El Movimiento Construye, era um dos principais candidatos no pleito. Nas pesquisas eleitorais, ele oscilava entre a segunda e a quinta colocação.
Ainda assim, esses levantamentos no país são deficientes em comparação a de outros países da América do Sul, como Argentina, Uruguai e Brasil, que possuem institutos com maiores índices de acerto.
Em junho, segundo o Centro Estratégico Latinoamericano de Geopolítica (Celag), Villavicencio estava em quarto lugar, com 8% das intenções de voto, atrás de Luisa González, do partido Revolução Cidadã (30%); Otto Sonnenholzner, da aliança “Vamos Agir” (13%); e Yaku Pérez, da coligação “Claro que é possível” (11%).
Em 20 de julho, a Cedatos, empresa de pesquisa aprovada pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do Equador, apontou que Villavicencio estava em segundo, com 13,2%, atrás apenas de Gonzáles (26,6%) e à frente de Pérez (12,5%) e Sonnenholzner (7,5%).