Serafim contesta dados de Bolsonaro sobre repasses e aponta distorções

Deputado Serafim Corrêa (PSB)

O deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) repudiou, na manhã desta terça-feira (2), a postura do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em divulgar repasses distorcidos da pandemia e provocar desavenças com os governadores dos Estados. O parlamentar fez um apelo para o que o presidente mude sua postura.

“O Brasil, como o mundo, vive uma pandemia. Momento que exige a união de todos. Exige racionalidade e entendimento. Não estamos tendo sorte. O presidente da República, ao invés de coordenar e facilitar as ações, tem comprado briga com os 27 governadores e disparado notícias que são inverídicas”, disse Serafim durante Sessão Plenária da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam).

Em uma publicação oficial da Secretaria de Comunicação do Governo federal, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que transferiu R$ 18,5 bilhões ao Amazonas e que parte desses recursos foi para o combate à pandemia no Estado. Quando, na verdade, as transferências obrigatórias para Educação, auxílio emergencial e outros, por exemplo, não ultrapassaram R$ 9 bilhões.

“O que foi transferido para o Amazonas, todas as transferências, não chegam a R$ 9 bilhões. Aqui, o governo arrecadou R$ 21 bilhões. Ele levou R$ 12 bilhões. Essa é a realidade. Ainda que não fosse assim, não é o momento do presidente brigar com os governadores. É hora de todos nós nos unirmos para combater o inimigo invisível que é o vírus”, afirmou o deputado.

De acordo com dados divulgados pelo parlamentar, nos últimos 19 anos, o Brasil arrecadou no Amazonas R$ 148 bilhões e devolveu R$ 38 bilhões. “O Brasil levou R$ 110 bilhões do Amazonas. “Essa é a realidade. Nesse sentido, no ensejo que manifesto a minha tristeza pela incoerência do presidente da República, que não está tendo a consciência da grandeza do cargo, faço um apelo para que pare com isso, para que sombreie os governadores e não que brigue com eles”, defendeu.

Dezesseis governadores divulgaram uma carta, mostrando preocupação com a divulgação de repasses financeiros “distorcidos” repassados aos estados e cobraram R$ 642 bilhões “que cidadãos de cada cidade e cada estado brasileiro pagaram à União em 2020”.

“[…] Os governadores manifestam preocupação em face da utilização do Governo Federal de instrumento de comunicação oficial, custeados com o dinheiro público, a fim de produzir informações distorcidas, gerar interpretações equivocadas e atacar governos locais”, diz trecho do documento.

O líder do PSB na Aleam disse que o país precisa reforçar o pacto federativo, se unir e que Bolsonaro deve mudar a sua postura diante da pandemia.

“Precisamos reforçar o nosso pacto federativo e não ficar brigando. Ver os melhores caminhos para conseguirmos vacina, porque sem vacina não vamos sair dessa situação. Israel é o país que vacinou quase toda a sua população. Lá que estamos vendo os menores índices de contaminação e de mortes proporcionalmente à população. Faço apelo pela paz. Não que tenha medo da guerra, mas entendo que este é um momento de paz, entendimento, de diálogo. Se ele [Bolsonaro] continuar nesse caminho, vai ter um final triste. Pode até ser reeleito, mas a história será cruel com ele”, finalizou.