Sem resposta, professores do AM devem se reunir em nova assembleia

Segundo o secretário Luiz Castro, a LRF impede que o Estado conceda maior reposição salarial do que o oferecido pelo governo. | Foto: Priscilla Rosas

As aulas na rede estadual seguem o cronograma normal nesta quarta-feira (3) enquanto os professores decidem se haverá ou não uma greve da categoria. A reunião feita por eles durante manifestação feita no início da tarde desta terça-feira (2) com cinco representantes não atendeu à demanda da categoria.

Segundo a professora Cristiane Balieiro, que foi uma das pessoas a participar da reunião, o vice-governador do Estado do Amazonas, Carlos Almeida, não os atendeu. De acordo com ela, foi o subsecretário da Casa Civil, Rodrigo Cavalcante, e o chefe da Casa Militar, coronel Fabiano Bó, que atendeu a categoria.

“Reivindicamos enfaticamente uma agenda com o Governo do Estado do Amazonas; entretanto, para nossa frustração não fomos atendidos. Depois de mais de duas horas de conversa, surgiu então a possibilidade de uma nova reunião, dessa vez com o vice-governador, para sexta-feira. No entanto, a categoria não aceitou”, conta.

Segundo Cristiane Balieiro, uma nova assembleia será feita no dia 9 de abril, ainda com lugar e horário a definir, para decidirem os próximos passos a serem tomados.

Cronograma de aulas segue normal

Até a data da nova assembleia, as aulas seguem normais tanto na capital quanto no interior. Mais informações sobre a data-base da Secretaria de Estado de Educação e Qualidade do Ensino (Seduc) e os próximos passos do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Amazonas (SINTEAM) deverão ser divulgados durante coletiva de imprensa, na sede do Sindicato, nesta quarta-feira.

Em nota, o Governo do Estado do Amazonas informou que o governador em exercício e chefe da Casa Civil, Carlos Almeida, vai receber os representantes da educação para tratar da reposição salarial da categoria na próxima sexta-feira (5). Ainda por meio de nota, o Governo do Estado garantiu que tem total interesse na pauta reivindicada pelos professores estaduais.

“A orientação do governador Wilson Lima é para conversarmos com os servidores da educação e mostrarmos os números. As contas do Governo do Estado devem ser totalmente abertas”, disse Carlos Almeida.

LRF pode impedir Governo do Estado de conceder reajuste

Segundo o atual secretário da Seduc, Luiz Castro, os limites impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) com pagamento de pessoal impedem que o Estado conceda percentual maior de reposição salarial porque o Estado já atingiu o limite máximo de gastos com esse fim. O pagamento das progressões, no entanto, não é vedado pela LRF.

De acordo com Castro, a reposição salarial de 3,9% da data-base de 2019, somada à concessão de 2% relativos a progressões horizontais de carreira e ao pagamento do reajuste de 9,38% feito em janeiro deste ano, resultará em ganhos de 15,31% para os servidores da Seduc.

“Temos tido um diálogo franco, que tem avançado em muitos pontos e isso demonstra a boa vontade do Governo com as categorias. Mas agora nos encontramos em um momento que o impasse é jurídico e por isso fomos atrás de alternativas”, destacou Luiz Castro.

Por EM TEMPO