Sem acordo, greve dos professores da rede estadual continua

Segundo o Sinteam, 70% das escolas estaduais estão sem aula em Manaus

No sexto dia da greve dos professores da rede estadual, o Governo do Amazonas informou, nesta terça-feira (23), que só retomará as negociações com os representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado (Sinteam) quando os docentes retornarem às salas de aula.

Segundo o Sinteam, 70% das escolas estaduais estão sem aula em Manaus. O governo pontuou que a ação é considerada ilegal pela Justiça, com multa diária no valor de R$ 30 mil, e tem prejudicado milhares de estudantes.

Segundo o governo, foi ofertado aos professores as seguintes propostas:

  • Reajuste imediato de 8% da data base;
  • Retirada das faltas dos trabalhadores da educação pelos dias de greve;
  • Estudo para pagamento de progressões por titularidade e tempo de serviço;
  • Negociação referente ao fim da Ação Pública, junto ao Tribunal de Justiça do Amazonas, que proibiu o movimento grevista, com a contrapartida de que as aulas fossem retomadas imediatamente.

Em posicionamento, o Governo do Estado também caracterizou a paralisação dos professores como ilegal e ressaltou, ainda, que os profissionais envolvidos no movimento terão os dias não trabalhados descontados, conforme assegura a legislação trabalhista e da Justiça amazonense.

Em contrapartida, o Sinteam informou que a liminar apontada pelo Governo não é definitiva e cabe recurso.

O sindicato ressaltou que cuida judicialmente do assunto e repudiou a referência feita pelo Estado de que o movimento da categoria seria ilegal.

A entidade também pontuou que o Governo não tinha contraproposta para oferecer no dia 18 de maio, 71 dias após receber a pauta de reivindicação dos trabalhadores.

“O único desejo deles era a suspensão da greve, mas erram ao impor isso a uma categoria desvalorizada, sem o cumprimento de seus direitos e que está disposta a lutar por melhorias salariais”, diz a nota do Sinteam.

Municípios aderem a greve

O Sinteam afirmou que 52 municípios, dos 62, aderiram ao movimento no estado.

A greve começou na quarta-feira (17). Além dos 25% de reajuste salarial, os professores reivindicam o cumprimento das progressões horizontais e verticais, reajuste do vale-alimentação e auxílio-localidade.